Por David Welch e Gabrielle Coppola, da Bloomberg
Fonte: Exame.com 



Pritam Singh não demorou muito para aprender uma lição importante ao trabalhar para a Lyft: as pessoas são nojentas e têm o hábito desagradável de vomitar em veículos em movimento.

Motoristas de serviços de transporte compartilhado sabem bem que os clientes tendem a fazer isso, além de outras coisas levemente menos irritantes, como limpar os dedos gordurosos de hambúrguer no banco e encher de lama o tapete do carro.

Singh, que transporta passageiros para a Lyft em Manhattan várias noites por semana, gasta cerca de US$ 200 por mês para limpar — embora às vezes pareça mais com desinfetar — seu Toyota Camry.

Para General Motors, Uber Technologies e outras empresas que planejam se aventurar com táxis robóticos, essa conta poderia totalizar dezenas de milhões de dólares por ano.

Ao adicionar itens como seguro, armazenamento de estoque e a redução constante do valor dos carros usados, o total chega a bilhões.

Isso estraga a ideia, apreciada por gente como Travis Kalanick, um dos fundadores da Uber, de que o advento dos veículos autônomos vai baratear tanto o transporte compartilhado que a maioria dos americanos não vai querer ter um carro.

Como lidar com o vômito é apenas uma das muitas perguntas que continuam sem resposta em relação ao mítico modelo de negócios que Kalanick uma vez resumiu como se livrar “do outro cara no carro”.

No futuro descrito por ele e pelo cofundador da Lyft, John Zimmer, os aplicativos e os robôs se encarregarão do trabalho, os consumidores vão economizar muito e os investidores vão ganhar rios de dinheiro. Mas os números que estão sendo analisados na GM e em empresas como Apple e Waymo, que pertence à Alphabet, estão somando diversos custos que serão um obstáculo à ideia de que os táxis robóticos são uma mina de ouro.

Apple e Waymo pediram ajuda à Avis Budget Group e à Hertz Global Holdings para administrar as frotas autônomas. Mas até mesmo essas grandes empresas de aluguel de veículos tiveram dificuldade para conter seus próprios custos para tomar conta dos carros e caminhões usados pelo grande público porquinho.

“Esse é um problema realmente importante que ninguém conseguiu resolver”, disse Mark Wakefield, um dos diretores de prática automotiva global da empresa de consultoria AlixPartners. “Ninguém nem tenta adivinhar qual é o resultado.”

Mas isso não quer dizer que a recompensa por se livrar dos motoristas não vai acabar sendo muito valiosa, por isso tanta gente está se empenhando para consegui-la.

Maven, unidade da GM que concorre com a Zipcar, da Avis, em aluguéis por hora e arrenda veículos para motoristas da Uber e da Lyft, estudou o quanto os carros usados no transporte compartilhado são maltratados.

Além dos danos infligidos e do lixo jogado pelos clientes, os custos com seguro e estacionamento — altos em cidades como Nova York e São Francisco, onde o transporte compartilhado é popular — serão substanciais, disse Peter Kosak, diretor executivo de mobilidade urbana da GM.

De qualquer modo, os táxis robóticos estão sendo preparados para chegar às ruas. A CEO da GM, Mary Barra, disse no mês passado que a fabricante de automóveis está expandindo de 50 para 180 sua frota de Chevrolet Bolt autônomos e completamente elétricos.

A Lyft planeja testar o Bolt como um táxi robótico em São Francisco, com um ser humano tomando conta do volante. A GM também realizará testes em Detroit e Scottsdale, Arizona.

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