Redação,Via Certa
Por Adamo Bazani 


As empresas de ônibus rodoviários interestaduais calculam que perderam neste ano, 40% do faturamento anual, o que representa em torno de R$ 2,8 bilhões dos R$ 7 bilhões previstos para 2020 e a situação pode piorar se o Governo Federal não adotar nenhuma medida de socorro como a que deve beneficiar o setor de aviação.

O cálculo é da Abrati (Associação Brasileira de Transporte Terrestre de Passageiros), que reúne as companhias de ônibus interestaduais.

A associação diz que as empresas operam em estado crítico e aguarda a conclusão do estudo sobre o apoio anunciado na semana passada pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, em coletiva de imprensa.

Em nota, a conselheira da Abrati, Letícia Pineschi, diz que as empresas já têm encontrado muita até para honrar compromissos tributários e que 30 mil empregos diretos do setor estão em ameaça.

O Diário do Transporte tem noticiado que grandes empresas demitiram funcionários, como o Grupo JCA, Viação Itapemirim, Catedral, entre outras.

A Abrati alegou que, apesar do quadro, as viações tentar reduzir ao máximo a necessidade de demissões e destaca o risco do fortalecimento do transporte clandestino com a redução da demanda e das viagens regulares.

“Em meio a esse esforço, alertamos para os riscos do transporte clandestino, que se aproveita do momento de crise para estimular deslocamentos absurdos, como as caronas, que vêm crescendo muito nesse período”, alertou a conselheira da Abrati na nota.

De acordo com Letícia Pineschi, o cenário não é favorável para os próximos meses, já que não haverá férias escolares em julho, época que é considerada de alta demanda para os ônibus rodoviários.

“Mesmo se tudo voltasse ao normal, ao final da próxima semana o setor não recuperaria nem 40% da demanda nos próximos três meses”, disse na nota.

A conselheira ainda disse que o esforço é para cumprir os contatos, mas que sem ajuda do Governo Federal, o quadro está ficando cada vez mais difícil.

“Mesmo assim, as empresas regulares do setor se esforçam para cumprir os contratos com o poder público e prestar o serviço essencial a todos que necessitam se deslocar de um estado a outro”

A queda de demanda se dá pelas necessárias medidas de contenção ao avanço do novo coronavírus.

Segundo a nota, “em números, o segmento rodoviário regular de transporte terrestre de passageiros representado pela Abrati compreende cerca de 80% do serviço realizado no país. É também o responsável pela geração de 60 mil empregos diretos, sendo 15 mil só para motoristas. Por ano, o setor transporta mais de 50 milhões de passageiros e emite em média 2,2 milhões de passagens, além da oferta de 4,8 milhões de gratuidades ao ano.”

ISOLAMENTO SOCIAL E RESPONSABILIDADE DO ESTADO:

Como não há vacina contra o novo coronavírus, que ocasiona a Covid-19, doença que teve origem na China; não há um remédio com eficácia comprovada plenamente e com o risco de saturação dos sistemas de saúde pública e privada; a OMS – Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde sustentam que a arma mais eficaz é o isolamento social.

Países que rejeitaram o isolamento no início da pandemia, como Itália, Espanha e os Estados Unidos agora sentem o esgotamento dos sistemas de saúde e têm número de mortos e infectados superior à capacidade de atendimento. Em muitos casos, os médicos tiveram de escolher quem iria sobreviver e quem seria deixado para morrer.

As defesas ao isolamento vertical são baseadas apenas em opiniões de alguns especialistas e não se tratam de estudos concluídos. O isolamento vertical trata-se de impedir que saiam às ruas pessoas quem compõem grupos de risco, como idosos com 60 anos ou mais ou pessoas com doenças crônicas graves, como hipertensão e diabete, por exemplo. Além disso, a realidade social e econômica brasileira não pode ser comparada a países como a Holanda, que diz ter adotado o isolamento vertical.

Jovens e adultos, que pelo isolamento vertical, dividem moradias pequenas com idosos e pessoas doentes, com poucos cômodos e um só banheiro (quando os banheiros não são comunitários entre várias moradias), podem se contaminar nas ruas e levar a doença para os mais vulneráveis em casa.

Além disso, os jovens e adultos apesar de terem menos riscos, podem parar nos hospitais e ser internados, sobrecarregando os leitos.

Assim, como aparentemente até agora o isolamento social é a única forma conhecida de evitar o caos na saúde, como ocorreu com os países que o desprezaram, o Estado deve salvaguardar a economia, apontam especialistas.

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