Redação,Via Certa

Adiamento da compra do zero-km será só um dos vários efeitos da pandemia

Um dos efeitos decorrentes da pandemia de Covid-19 será o adiamento da compra de automóveis. A segurança necessária para a aquisição de um veículo novo evaporou por causa da descapitalização das famílias e até pela menor necessidade de utilização do automóvel.

A constatação é da Bright Consulting, que adverte para vários outros desdobramentos do confinamento, comércio fechado e fábricas paradas. “Compre agora e pague no ano que vem” tem sido um mote frequente nas ofertas.

Os veículos usados, transformados em caixa para pagar despesas, foram desvalorizados. As montadoras retardaram o reinício das operações e vão trabalhar com os estoques existentes, sem loucuras. Já não se encontram mais exemplos de taxa zero.

PRESSÃO SOBRE OS PREÇOS DO ZERO-QUILÔMETRO

A pressão de preços dos usados vai reverberar nos veículos zero-quilômetro bem no momento em que as montadoras necessitam repassar em torno de 12% de aumento de preço por causa da valorização do dólar, base para commodities e conteúdo importado dos veículos.

Mesmo com a lógica da crise nos direcionando a pensar que os consumidores irão procurar veículos de entrada, a Bright entende que o mercado no Brasil de hoje é completamente diferente daquele de 2013 e 2014. O atual perfil do comprador de SUV e com “dinheiro na mão” deverá prevalecer.

LOCADORAS COMPRARÃO MENOS NOVOS E REPASSARÃO USADOS

As regras de isolamento causaram grande impacto na mobilidade de pessoas, abalando o negócio das locadoras, alavancado pelos serviços de mobilidade sob demanda. A consequência foi a devolução em massa de veículos aos pátios dessas empresas, que irão acelerar as ações de redução de estoque, com consequente queda nos preços dos usados.

REDE DE REVENDAS AMEAÇADA

A consultoria citou estimativa da Fenabrave prevendo que cerca de 30% das concessionárias podem não suportar o mês de maio fechadas. As montadoras e seus bancos vinculados teriam concedido o auxílio possível, que não resolve o problema.

A ajuda do governo na forma de postergação de impostos e oferta de capital de giro deve ser prioridade. Decisões tomadas em abril e implementadas em maio irão separar as empresas que continuam daquelas que ficam pelo caminho.

DESEMPREGO: PROJEÇÃO MANTIDA

A Bright Consulting recorda que o Programa Emergencial de Manutenção de Emprego e Renda (Medida Provisória 936) está permitindo que parte dos empregos seja protegida, com demissões proporcionalmente menores que a redução dos negócios. As dispensas ocorrem agora em maio por toda a cadeia. Assim, a consultoria mantém a previsão de fechamento de cerca de 30 mil vagas divulgada na metade de abril, sendo 10 mil nas montadoras e 20 mil nas fábricas de autopeças.

METAS REGULATÓRIAS

A Bright Consulting espera do governo a flexibilização na qualificação das montadoras às regulações de eficiência energética e segurança do programa Rota 2030 e de emissões PL7 e PL8 do Proconve.

Achatar a curva das metas para evitar aumento de custos em um momento futuro de recuperação do mercado parece ser razoável. A consultoria acredita que postergar obrigações regulatórias por até três anos, como ventilado em abril, traria prejuízos tanto à saúde pública como à economia.

CONSULTORIA MANTÉM PROJEÇÕES

A Bright acredita que as vendas internas no País em 2020 somem 2,15 milhões de unidades, recuando 19% em relação ao ano passado. A produção ficará próxima a 2,2 milhões de veículos, resultando em queda de 21,6%.

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