A professora no curso de Teatro (licenciatura) da UFRN. Foto: Arquivo pessoal/Monize Moura |
Monize Moura, professora do Departamento de Artes (Deart) da UFRN, conquistou seu primeiro prêmio como dramaturga, com Depois da Fronteira, obra selecionada no Prêmio Solano Trindade 2024. A peça, que aborda questões de memória, identidade e racismo sob a ótica da migração e da diáspora, foi reconhecida na categoria de dramaturgia, um espaço ainda predominantemente masculino e branco.
A premiação, que aconteceu nesta quinta-feira (21) em São Paulo, representa um marco importante não apenas para Monize, mas também para o teatro negro brasileiro. Seu texto será publicado no livro Eternizar em Escrita Preta – Volume 5, ao lado das obras de outros premiados, como César Divino e Michael Xavier.
Para Monize, a escrita de Depois da Fronteira foi um processo profundo de autoconhecimento e reflexão sobre questões raciais, especialmente em relação à memória e identidade negra. A peça, que começou a ser escrita em 2023, reflete sua vivência enquanto mulher negra de pele clara e suas experiências com o racismo e os silenciamentos históricos.
A premiação, mais do que um reconhecimento, fortalece seu desejo de seguir no caminho da dramaturgia. “Foi uma felicidade enorme ter a minha primeira dramaturgia premiada. Saber que ela foi compreendida na dimensão das discussões étnico-raciais, foi muito significativo para mim”, afirma Monize.
O Prêmio Solano Trindade, criado em 2020, destaca dramaturgos negros e visa a publicação dos textos premiados, que são distribuídos gratuitamente. O evento e o lançamento do livro são mais uma oportunidade para dar visibilidade ao trabalho de artistas negros e suas produções, essenciais para o enriquecimento da cena teatral brasileira.
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