No início da semana, vários posts em redes sociais compartilharam um vídeo em que um banhista filmou um tipo de material nas areias de Ponta Negra, semelhante a pedras. Muitos questionaram se poderiam ser corais e se isso seria consequência das atividades de engorda da praia, realizadas por meio de dragagem de areia. A situação gerou debates sobre os possíveis impactos ambientais da obra e a necessidade de fiscalização adequada.
Nesta quarta-feira(11), a Fundação Norte-Rio-Grandense de Pesquisa e Cultura (Funpec) utilizou suas redes sociais para esclarecer a presença de materiais semelhantes a corais nas areias da praia de Ponta Negra, em Natal. Identificados como rodolitos, essas estruturas são formadas por algas calcárias que desempenham papel importante no equilíbrio ecológico marinho.
De acordo com o relatório, os rodolitos servem de habitat para diversas espécies e contribuem significativamente para a biodiversidade do fundo do mar. Quando soterrados, perdem a capacidade de realizar fotossíntese, resultando na morte das algas e no branqueamento das estruturas, que se acumulam no ambiente marinho.
A fundação também explicou que os rodolitos, por sua composição calcária, possuem utilidades práticas, sendo utilizados, por exemplo, na agricultura para correção de solo. No entanto, sua remoção ou soterramento descontrolado pode comprometer o ecossistema marinho.
No contexto de Ponta Negra, ambientalistas associam o aparecimento desses rodolitos à dragagem realizada para o projeto de engorda da praia.
A Funpec informou que está monitorando a quantidade e a qualidade do material encontrado, enviando os dados para responsáveis que possam avaliar o uso e os impactos ambientais. A fundação destacou a necessidade de atenção à preservação das estruturas marinhas e de acompanhamento rigoroso das atividades costeiras para minimizar danos à biodiversidade.
Ana Bezerra/Redação
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