O número de nascimentos no Brasil voltou a cair em 2023, atingindo o menor nível desde 1976. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foram registrados 2,52 milhões de nascidos vivos no país no ano passado, uma redução de 0,7% em relação a 2022.
Esse total representa uma queda de 12% quando comparado à média anual registrada entre 2015 e 2019, período pré-pandemia, que foi de 2,87 milhões de nascimentos. Considerando apenas os nascimentos efetivamente ocorridos em 2023 — excluindo registros tardios de anos anteriores — o número fica em 2,518 milhões.
A pesquisa aponta uma tendência de queda contínua na taxa de natalidade brasileira. Desde 2018, o número anual de nascimentos vem diminuindo, com reduções sucessivas que acompanham mudanças sociais, econômicas e culturais no país.
Além da queda no volume de nascimentos, observa-se uma mudança significativa no perfil etário das mães. A proporção de mães adolescentes (com até 19 anos) caiu de 20,9% em 2003 para 11,8% em 2023. Já entre as mulheres com 30 anos ou mais, a participação passou de 23,9% para 39% no mesmo período. O número de mães com 40 anos ou mais também aumentou, dobrando em duas décadas e representando 4,3% dos nascimentos em 2023.
O estudo revela ainda diferenças regionais marcantes. Regiões como Norte e Nordeste apresentam maiores taxas de maternidade na adolescência, enquanto o Sul, Sudeste e o Distrito Federal concentram os maiores percentuais de mães com 30 anos ou mais. No Acre, por exemplo, 21,4% dos nascimentos foram de mães com até 19 anos, enquanto no Distrito Federal, quase metade dos nascimentos foi de mulheres com 30 anos ou mais.
Entre os fatores associados à queda na natalidade estão o aumento do custo de vida, o acesso ampliado a métodos contraceptivos, a priorização dos estudos e da carreira profissional, além da tendência global de postergação da maternidade.
O Brasil segue, assim, um movimento observado em diversos países ao redor do mundo, tanto desenvolvidos quanto em desenvolvimento, com impacto direto na estrutura demográfica da população.
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