Franqueados da Cacau Show denunciam “clima de seita” e ambiente rígido

Franqueados da Cacau Show criam perfil no Instagram para denunciar dificuldades e retaliações. Foto: Hugo Barreto

Franqueados da Cacau Show estão contando uma outra história por trás das cortinas da gigante do chocolate. De acordo com uma reportagem do Metrópoles desta quinta (29), por fora tudo parece festa: palestras animadas, música alta, discursos inspiradores e lives falando sobre pensamento positivo e dedicação total à empresa. Mas, na hora de discutir assuntos importantes, como aumento nos preços dos produtos ou cláusulas do contrato, o clima muda, e ninguém quer conversa.

Quem comanda esses momentos é o fundador e CEO, Alexandre Tadeu da Costa, o Alê Costa, que já transformou a marca em mais de 4 mil lojas pelo Brasil. Só que, segundo esses franqueados, a vida real não é tão doce assim. Quem reclama das cobranças ou das mudanças nos valores acaba sendo “punido”: ganham chocolates perto da validade e produtos que ninguém quer, o que dificulta manter a loja aberta, e, muitas vezes, leva ao fechamento.

A coisa é séria também na Justiça. Segundo informações, existe até processos contra a Cacau Show por cobranças abusivas e falta de produtos nas lojas. Em um caso em Brasília, o juiz até falou que a empresa usa táticas para pressionar os franqueados, como exigir que comprem tudo à vista, o que limita a liberdade deles e parece mais uma retaliação.

Cansados, os franqueados criaram um perfil no Insta chamado “Doce Amargura” para desabafar. A dona da página prefere se esconder com um pseudônimo porque tem medo de represálias. Ela contou ao Metrópoles que o vice-presidente da Cacau Show, Túlio Freitas, até foi até a loja dela, que fica a mais de 600 km da sede, só pra pedir que ela parasse com as publicações. Agora, ela está tentando romper o contrato na Justiça.

A Cacau Show foi procurada, mas ainda não se manifestou.