O Tribunal Pleno do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) autorizou a transferência do juri popular do homem acusado de homicídio qualificado contra o ex-prefeito de São José de Campestre para a Comarca de Natal. A decisão foi tomada para garantir a imparcialidade do conselho de sentença, diante do risco de influência do acusado sobre os jurados locais.
O pedido de desaforamento foi apresentado pelo Ministério Público com base no artigo 427 do Código de Processo Penal. Segundo o MP, o acusado possui um “histórico criminal homicida” e está envolvido com o tráfico de entorpecentes na região, exercendo liderança em uma facção criminosa local. Esses fatores, aliados ao fato de que São José de Campestre é uma cidade pequena, com cerca de 11 mil habitantes segundo o IBGE, podem comprometer a neutralidade dos jurados.
Conforme o documento, a convivência próxima entre os moradores aumenta a “fama e a influência” do réu, que pode gerar medo ou admiração entre os membros do Conselho de Sentença, causando um ambiente desfavorável para um julgamento justo. Além disso, o relator destacou que a vítima era o então prefeito do município, o que pode aumentar a tensão e o clima de intranquilidade na cidade durante o julgamento.
Dessa forma, o TJRN entendeu que o julgamento deverá ocorrer em Natal para garantir a segurança, a imparcialidade e a tranquilidade do processo judicial.
Relembre o caso
O prefeito de São José do Campestre, município localizado a cerca de 100 km de Natal, foi morto a tiros dentro de sua residência na noite de terça-feira, 18 de abril de 2023. Joseilson Borges da Costa, conhecido como Neném Borges, de 43 anos, levou três disparos no rosto.
De acordo com informações da Polícia Civil, o crime ocorreu por volta das 23h. O autor teria pulado o muro de uma escola abandonada próxima à casa, seguido por um beco, e entrou no imóvel pelo portão que estava aberto. No momento do ataque, Nenem Borges estava deitado no sofá da sala.
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