A Justiça do Rio Grande do Norte condenou Alan Marcos Zico Fonseca da Silva, conhecido como “Alan Bigodinho”, a 34 anos e 10 dias de prisão por lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas. A decisão, proferida pela Unidade Judiciária de Delitos de Organizações Criminosas (UJUDOCrim), atendeu denúncia do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN).
Considerado uma das principais lideranças do Sindicato do Crime do RN, Alan usava contas bancárias de sua empresa e de familiares para movimentar recursos ilícitos. Entre 2013 e 2021, o grupo familiar movimentou mais de R$ 5 milhões, valor incompatível com a renda declarada. Só entre 2019 e 2021, foram registrados R$ 364 mil em transações em contas ligadas ao réu, a maioria sem origem identificada.
Alan já possuía condenações por tráfico de drogas, porte ilegal de armas e associação criminosa. Ele era considerado de alta periculosidade e estava na lista dos criminosos mais procurados do estado. Foragido desde 2022, foi capturado em janeiro deste ano em um resort de luxo em Porto de Galinhas, Pernambuco, enquanto cumpria pena em regime semiaberto.
Também foram condenadas Maria de Fátima Gomes Trajano, ex-companheira de Alan, a 10 anos de prisão; Francisca Francinete Lima da Fonseca, mãe de Alan; e Jessica Kaline Gomes Trajano, irmã de Maria de Fátima, ambas a cinco anos de reclusão em regime semiaberto. Todas por participação no esquema de lavagem de dinheiro.
Segundo o MPRN, as investigações revelaram que Maria de Fátima recebeu mais de R$ 436 mil em depósitos não identificados e movimentou, com Alan, cerca de R$ 580 mil na conta da filha menor de idade do casal. Já as outras condenadas usaram contas próprias para fracionar depósitos acima da capacidade financeira declarada, sem comprovação de origem lícita.
Os réus foram absolvidos da acusação de associação criminosa por falta de provas de união estável com esse objetivo. Os bens e valores apreendidos, cuja origem lícita não foi comprovada, serão revertidos para a União.
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