De acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da Organização das Nações Unidas (ONU), as temperaturas globais devem continuar em níveis recordes, ou próximos disso, ao longo dos próximos cinco anos, entre 2025 e 2029.
O relatório divulgado pela OMM aponta que a temperatura média global próxima à superfície deverá ficar entre 1,2°C e 1,9°C acima dos níveis observados no período pré-industrial, entre 1850 e 1900. Esse patamar confirma a tendência de aquecimento contínuo da Terra, resultado direto das emissões de gases de efeito estufa, principalmente dióxido de carbono (CO₂) e metano (CH₄), associadas às atividades humanas, como queima de combustíveis fósseis, desmatamento e agricultura intensiva.
Segundo o documento, cada fração adicional de grau no aumento da temperatura global intensifica eventos climáticos extremos, incluindo ondas de calor mais frequentes e prolongadas, precipitações intensas, secas severas, além do derretimento acelerado de geleiras e calotas polares. Esse fenômeno provoca o aumento do nível dos oceanos, que ameaça áreas costeiras, além do aquecimento das águas, que impacta ecossistemas marinhos e a biodiversidade.
A OMM destaca que o cenário projetado não indica sinais de redução nas emissões globais ou de desaceleração do aquecimento, o que reforça a urgência de ações coordenadas para mitigação dos efeitos das mudanças climáticas e adaptação das sociedades. A continuidade do aquecimento global, segundo especialistas, compromete a segurança alimentar, o acesso à água potável e aumenta a vulnerabilidade das populações a desastres naturais.
O relatório integra um conjunto de estudos científicos que fundamentam os debates internacionais sobre clima, como os realizados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), e subsidia as políticas públicas que visam cumprir os compromissos do Acordo de Paris, cujo objetivo é limitar o aumento da temperatura média global a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.
No entanto, os dados indicam que, sem mudanças significativas na redução das emissões, esse limite pode ser ultrapassado já na próxima década, agravando os impactos ambientais, sociais e econômicos em escala global.
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