![]() |
Tacrolimo, furoato de mometasona e metotrexato agora fazem parte do protocolo de tratamento pelo SUS |
O Ministério da Saúde anunciou, nesta terça-feira (26), a incorporação de três novos medicamentos para o tratamento integral da dermatite atópica no Sistema Único de Saúde (SUS). A medida amplia o acesso a terapias mais modernas e eficazes para essa doença crônica, que afeta principalmente crianças, causando inflamação, lesões e coceiras intensas.
Com a publicação de três portarias, a rede pública de saúde passa a ofertar duas novas pomadas — tacrolimo e furoato de mometasona — e um medicamento oral — metotrexato. A decisão foi tomada com base na recomendação favorável da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec).
O tacrolimo tópico e o furoato de mometasona são indicados para pacientes que não podem utilizar corticoides ou que apresentam resistência aos tratamentos anteriores. O tacrolimo será oferecido nas concentrações de 0,03% e 0,1%, sendo especialmente útil para lesões em áreas sensíveis como o rosto, enquanto o furoato de mometasona, na concentração de 0,1%, promove rápida cicatrização e alívio dos sintomas.
Já o metotrexato, um imunossupressor de uso oral, será indicado para casos graves de dermatite atópica, sobretudo quando não há possibilidade de utilizar a ciclosporina, medicamento já disponível no SUS.
Segundo Fernanda De Negri, secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (SECTICS), os novos medicamentos proporcionarão tratamentos mais personalizados e com menos efeitos colaterais. “Outro fator importante do tratamento é o enfrentamento a estigmas sociais impostos às pessoas que vivem com a condição, que muitas vezes convivem com preconceitos em vista das lesões visíveis na pele. Estamos falando de uma doença que acomete, muitas vezes, crianças em idade escolar, que podem deixar de ir às aulas por isso”, destacou.
A dermatite atópica é uma condição genética, crônica e não contagiosa, caracterizada por coceira intensa, pele ressecada e lesões, principalmente nas dobras do corpo, como cotovelos, joelhos e pescoço. Embora seja mais comum na infância, pode também afetar adolescentes e adultos.
Com a incorporação desses novos tratamentos, o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) da Dermatite Atópica está sendo atualizado para orientar o uso adequado dos medicamentos na rede pública.
Atualmente, o SUS já disponibiliza outras três opções terapêuticas: duas pomadas — dexametasona e acetato de hidrocortisona —, ambas de potência leve, e a ciclosporina para casos graves.
Entre 2024 e 2025, foram registrados mais de mil atendimentos hospitalares e cerca de 500 mil consultas ambulatoriais relacionadas à dermatite atópica no Brasil. O tratamento no SUS visa reduzir sintomas, prevenir agravamentos, tratar infecções associadas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Para ter acesso ao tratamento, o paciente deve procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima. Após avaliação médica, se necessário, será encaminhado para consulta com um especialista para diagnóstico e definição da conduta terapêutica.
As portarias referentes à incorporação dos medicamentos são as SECTICS/MS nº 18, de 12 de maio de 2025.
Tags
Saúde