O litoral do Rio Grande do Norte enfrenta uma erosão costeira crescente, com destaque para áreas como São Miguel do Gostoso, onde a retração da linha de costa já ultrapassa 11 metros por ano — número muito acima da média global. Segundo o professor Venerando Amaro, da UFRN, que acompanha o fenômeno há mais de quatro décadas, o problema tem se intensificado nos últimos anos devido à elevação do nível do mar, ondas mais fortes e ocupação urbana desordenada.
A equipe do pesquisador divide o estado em dois setores principais: o litoral oriental, que inclui cidades densamente ocupadas como Natal e Pipa, e o setentrional, onde o turismo, a carcinicultura e a energia eólica têm avançado. Em ambos os casos, soluções como muros de contenção e estruturas rígidas têm agravado o problema em vez de conter o avanço do mar. A praia de Ponta Negra, por exemplo, teve aumento significativo nas taxas de erosão após intervenções desse tipo.
Para lidar com a situação, o Idema está estruturando um programa específico de monitoramento da linha de costa. A iniciativa, que integra o Novo Plano de Monitoramento Ambiental do estado, prevê a contratação de uma instituição especializada, criação de um sistema de informações geográficas e estratégias para conservação das áreas críticas. A execução do plano depende agora de autorização orçamentária.
Em paralelo, a obra de engorda da praia de Ponta Negra ainda gera dúvidas quanto à sua eficácia. O Idema afirma que estudos técnicos sobre a viabilidade e impactos da intervenção foram exigidos nas licenças ambientais, mas a avaliação definitiva depende do acompanhamento contínuo, agora sob responsabilidade do Ibama. A preocupação inclui também o impacto das chuvas e do sistema de drenagem sobre a nova faixa de areia criada.
com informações do AGORA RN
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