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Número de entregadores por aplicativo cresce no estado, mas muitos ainda circulam de forma irregular, arriscando multas e apreensão da moto. Saiba como evitar. Foto: Reprodução |
Com o aumento do trabalho informal e da demanda por entregas rápidas, o número de motoboys e entregadores por aplicativo tem crescido em todo o Rio Grande do Norte. Porém, apesar da alta procura por esse tipo de serviço, muitos trabalhadores ainda circulam de maneira irregular, sem cumprir as exigências mínimas previstas em lei.
Segundo o Detran/RN, para trabalhar legalmente com transporte de mercadorias em motocicleta, seja por aplicativo ou em contratos com empresas, é necessário seguir uma série de exigências determinadas pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e pela Resolução nº 410 do Contran.
Lucas Soares, 28 anos, trabalha há três anos como entregador em Natal. Ele conta que, mesmo com experiência, demorou a se regularizar.
“No começo, eu não sabia nem que precisava de curso. Achava que era só ligar o aplicativo e sair rodando. Depois que vi colegas sendo parados em blitz, resolvi fazer tudo certo. A gente corre o tempo todo, mas tem medo da blitz, medo de perder a moto”, disse.
Hoje, Lucas tem CNH com EAR, baú com faixa refletiva e documentação atualizada. “Dá mais segurança, até pra pegar corrida melhor no app”, completou.
O objetivo é garantir mais segurança ao condutor, à carga e aos demais usuários das vias.
Confira o que é necessário para se legalizar como entregador ou motoboy no RN:
1. CNH com EAR (Exerce Atividade Remunerada)
A CNH precisa ter a observação “EAR”, que comprova que o condutor exerce atividade profissional com o veículo. Para incluir a anotação, o motorista deve agendar o serviço no site do Detran/RN, passar por exame psicotécnico e pagar a taxa correspondente.
2. Curso de motofretista
O curso é obrigatório e tem carga horária mínima de 30 horas, podendo ser feito em centros de formação de condutores (CFCs) credenciados. Ele inclui disciplinas como:
- Direção defensiva
- Legislação de trânsito
- Transporte adequado de cargas
- Primeiros socorros
- Para se matricular, o condutor deve:
- Ter no mínimo 21 anos
- Possuir CNH A há pelo menos dois anos
- Estar com a habilitação regular
- Protetor de motor (mata-cachorro)
- Aparador de linha (antena corta-pipa)
- Baú com faixas refletivas (ou grelha homologada)
- Pneus e freios em dia
- Licenciamento e IPVA pagos
Após concluir o curso e equipar a motocicleta, o condutor precisa atualizar o Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV), incluindo a informação de uso como motofrete. Isso requer vistoria e pagamento de taxa no Detran/RN.
Trabalhar como motofretista sem cumprir os requisitos legais pode trazer sérios prejuízos. As penalidades incluem:
Multa de R$ 293,47 e 7 pontos na CNH por não ter curso obrigatório (Art. 244 do CTB);
Apreensão da motocicleta se estiver com equipamentos irregulares;
Suspensão da CNH, em caso de reincidência ou uso indevido.
Além disso, muitos aplicativos bloqueiam condutores não regularizados após fiscalização interna ou denúncias de usuários.
A regularização permite ao trabalhador:
- Prestar serviços com mais segurança e respaldo legal
- Ter acesso a seguros e benefícios em caso de acidente
- Concorrer a vagas em empresas com contratos formais
- Evitar bloqueios nos aplicativos por irregularidade documental
Você é entregador e tem dúvidas sobre sua regularização?
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Redação/Ana Bezerra