O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou nesta terça-feira (26) o reforço da segurança ao redor da casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, com patrulhas policiais 24 horas por dia. A medida foi tomada diante do aumento do risco de fuga, às vésperas da fase final do julgamento em que o político é acusado de planejar um golpe para reverter a derrota eleitoral de 2022.
Bolsonaro cumpre prisão domiciliar em um condomínio fechado desde o início do mês, após descumprir ordens judiciais que visavam impedir interferências no processo.
Na decisão, Moraes classificou a medida como “apropriada e necessária” e citou um relatório policial que encontrou indícios preocupantes: um rascunho de carta de 2024 na qual Bolsonaro teria pedido asilo político à Argentina. A Polícia Federal também acusa o ex-presidente e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, de tentarem interferir no julgamento.
Eduardo, que vive atualmente nos Estados Unidos, tem feito lobby em Washington em defesa do pai.
A defesa de Bolsonaro afirma que o rascunho de pedido de refúgio não representa risco de fuga, pois data de um ano atrás, e nega que o ex-presidente tenha violado as medidas restritivas.
Moraes, no entanto, determinou que a vigilância seja feita sem prejudicar a rotina de Bolsonaro e sem causar transtornos aos vizinhos do condomínio.