A fiscalização eletrônica nas rodovias federais brasileiras está suspensa desde o dia 1º de agosto de 2025. Isso porque o Programa Nacional de Controle Eletrônico de Velocidade (PNCV) enfrenta um corte drástico no orçamento, que caiu 88%, comprometendo a operação de radares em cerca de 47 mil quilômetros de estradaS.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) explica que o orçamento do programa sofreu uma redução de 88%, caindo de R$ 364 milhões para apenas R$ 43,3 milhões, insuficiente para manter o sistema até o final do ano.
Empresas especializadas, como a Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Tráfego (Abeetrans), já sinalizaram que podem recorrer à Justiça para reativar os radares, considerados fundamentais para combater a velocidade excessiva, principal causa de acidentes fatais segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A suspensão dos equipamentos compromete as metas do Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito, que busca cortar pela metade o número de mortes até 2030. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que, em 2024, foram registradas 34 mil mortes nas rodovias brasileiras, com prejuízos que ultrapassam R$ 22 bilhões.
Além de atuar na prevenção, os radares também geram receita, cerca de R$ 1,1 bilhão por ano em multas. No entanto, esse dinheiro tem sido redirecionado para custos administrativos do DNIT, o que tem dificultado a manutenção do programa.
Atualmente, o DNIT negocia com o governo federal para conseguir aumentar o orçamento e evitar que a paralisação se prolongue, o que pode ainda enfrentar questionamentos judiciais.