Pesquisadores desenvolveram uma técnica inovadora de terapia gênica que, em testes com macacos recém-nascidos, conseguiu proteger os animais da infecção pelo HIV por pelo menos três anos. O avanço, publicado na revista Nature, pode representar um importante passo para a prevenção do vírus em bebês humanos, principalmente em regiões com alta incidência de casos.
A tecnologia usa um vírus inofensivo para levar um “manual de instruções” às células musculares dos recém-nascidos, fazendo com que elas produzam continuamente anticorpos capazes de combater o HIV. Com uma única aplicação, a proteção pode ser duradoura, segundo os cientistas envolvidos no estudo.
Atualmente, cerca de 300 crianças são infectadas diariamente com HIV no mundo, em sua maioria por transmissão vertical da mãe para o filho durante a gestação, parto ou amamentação. Por isso, a possibilidade de um tratamento preventivo eficiente aplicado logo após o nascimento é um avanço significativo na luta contra a doença.
Apesar do otimismo, especialistas alertam que os resultados ainda são preliminares, já que os testes foram realizados em modelos animais. Novos estudos clínicos em humanos são essenciais para confirmar a segurança e eficácia da terapia antes que ela possa ser adotada na prática médica.
A terapia gênica, que utiliza vetores virais para modificar células do paciente, tem sido cada vez mais explorada para diversas doenças, incluindo infecções e doenças genéticas, devido à sua capacidade de oferecer efeitos prolongados sem doses repetidas.
Se comprovada em humanos, essa abordagem pode transformar a prevenção do HIV em bebês, reduzindo drasticamente o número de novos casos e ajudando a controlar a pandemia global.
Tags
PESQUISA