Um pai denuncia uma possível negligência médica no Hospital Maternidade Leide Morais, localizado na zona Norte de Natal, após sua filha nascer com sequelas neurológicas. Segundo ele, a esposa, deu entrada na unidade na madrugada do dia 29 de julho de 2025, após a perda do líquido amniótico, mas só foi atendida horas depois.
Segundo o pai, mesmo sem dilatação completa e com sinais de sofrimento fetal, a equipe médica teria insistido em realizar um parto normal forçado, resultando, no nascimento da bebê em estado crítico.
De acordo com o relato do pai, a gestação transcorria de forma saudável, com todos os exames em dia. No dia anterior ao parto, uma ultrassonografia teria confirmado que a bebê estava em boas condições, com peso e desenvolvimento adequados. Porém, ao chegarem à maternidade, por volta das 4h da manhã, o casal afirma não ter recebido a devida atenção médica. A indução ao parto teria ocorrido apenas às 14h34 — mais de 10 horas, após a entrada na unidade.
Durante o parto, conforme o relato, a esposa ainda não apresentava dilatação suficiente, e a ausência de líquido amniótico já era evidente, restando apenas sangue. Mesmo assim, o procedimento normal foi mantido, o que levou à necessidade de uma intervenção forçada.
A bebê nasceu sem sinais vitais, segundo ele, "roxa, sem chorar, toda molezinha", e precisou ser reanimada imediatamente. Ainda no mesmo dia, foi transferida para a UTI neonatal do Hospital Maria Alice Fernandes, onde está internada até hoje, completando 34 dias de cuidados intensivos. A recém-nascida respira com ajuda de aparelhos, foi diagnosticada com pneumonia e convulsões, e, de acordo com exames recentes, sofreu múltiplas lesões cerebrais.
"Minha filha não mama, não chora, não abre os olhos. Está desacordada", desabafa o pai, visivelmente abalado.
Além das acusações de negligência, ele afirma ter enfrentado dificuldades para acessar documentos importantes: "Peço o prontuário da minha esposa. O diretor da unidade disse que não ia me entregar, mesmo sendo nosso direito. Disse que podia chamar imprensa, polícia."
A família exige justiça e quer evitar que outros casos semelhantes se repitam. "O que eu quero é justiça, para que isso não aconteça com outras crianças indefesas que estão para vir ao mundo", finalizou.
A equipe de reportagem do Portal Via Certa Natal entrou em contato com a Assessoria de Imprensa da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Em nota, a SMS informou que a gestante e seu filho receberam todo o acolhimento da equipe da Maternidade Leide Morais, que adotou a conduta médica adequada e necessária para a situação.
A pasta destacou ainda que, quanto à solicitação do prontuário da paciente junto à unidade, a equipe do serviço está providenciando o documento, com prazo de até 72 horas para a liberação.
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