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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, causou polêmica ao afirmar que o uso de paracetamol durante a gravidez estaria ligado ao aumento do risco de autismo em crianças. Em pronunciamento na Casa Branca, na segunda-feira (22), Trump citou “evidências crescentes” de efeitos neurológicos a longo prazo, especialmente quando o medicamento é usado no final da gestação. Ele ainda sugeriu que Cuba teria menores índices de autismo por falta de acesso ao analgésico, afirmação considerada infundada.
Especialistas e órgãos internacionais de saúde contestam as declarações. Estudos, como o realizado na Suécia com 2,4 milhões de crianças, não encontraram relação causal entre o uso de paracetamol na gestação e o autismo. A Organização Mundial da Saúde (OMS), a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e autoridades britânicas reafirmam que o medicamento é seguro quando utilizado nas doses recomendadas.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou nota nesta terça (23) reforçando a segurança do paracetamol. O medicamento é classificado como de baixo risco, registrado no país e amplamente utilizado para reduzir febre e aliviar dores leves a moderadas, como dor de cabeça, cólicas menstruais e dores associadas a resfriados.
Segundo a Anvisa, não há registros de notificações de eventos adversos que relacionem o uso de paracetamol na gravidez a casos de autismo. O monitoramento de medicamentos é contínuo e segue normas técnicas rigorosas, garantindo qualidade, segurança e eficácia. A agência alerta ainda que todo medicamento deve ser usado sob orientação de médicos ou farmacêuticos.
Organizações como a Autism Science Foundation e a National Autistic Society alertam que declarações como as de Trump podem gerar desinformação e aumentar a ansiedade entre gestantes, prejudicando a confiança em tratamentos médicos consolidados.