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| REUTERS/Evelyn Hockstein |
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste domingo (26), que teve uma reunião “positiva” com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para discutir a crise comercial entre os dois países. Segundo Lula, equipes dos governos brasileiro e norte-americano vão começar imediatamente a negociar um acordo para revisar as tarifas impostas pelos EUA ao Brasil e as sanções contra autoridades brasileiras.
O encontro aconteceu à margem da cúpula da ASEAN, em Kuala Lumpur, na Malásia. Foi a primeira conversa oficial entre os dois líderes desde que Trump aumentou de 10% para 50% as tarifas sobre a maioria dos produtos brasileiros exportados para os EUA, em agosto.
“Acordamos que nossas equipes se reunirão imediatamente para avançar na busca por soluções para as tarifas e sanções contra autoridades brasileiras”, disse Lula em publicação no X (antigo Twitter).
As medidas comerciais adotadas por Trump agravaram a relação bilateral nas últimas semanas. O governo americano também impôs sanções a membros do Judiciário e autoridades brasileiras, entre eles o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que conduziu o processo que levou à condenação do ex-presidente Jair
Trump disse antes do encontro que havia disposição para negociação:
“Acho que conseguiremos fechar alguns bons acordos para ambos os países”, afirmou.
Segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, já está definido um cronograma de negociação com representantes dos Estados Unidos.
Não há confirmação se os EUA aceitaram suspender as tarifas enquanto durarem as negociações. Segundo o chanceler, um acordo pode ser fechado em poucas semanas.
O aumento das tarifas já afeta setores estratégicos do comércio exterior brasileiro, como o agronegócio. O mercado de carne bovina, em especial, passou a buscar rotas alternativas via México para continuar exportando aos Estados Unidos, enquanto a China ampliou suas compras do Brasil.
Lula disse que considera o aumento das tarifas um “erro” e lembrou que, nos últimos 15 anos, os Estados Unidos registraram superávit de US$ 410 bilhões no comércio com o Brasil.