O ator, diretor e comentarista de carnaval Haroldo Costa morreu aos 95 anos neste sábado (13), no Rio de Janeiro. Ele enfrentava problemas de saúde relacionados à idade e havia passado por internações recentes. A morte foi confirmada pela família por meio das redes sociais do artista. O velório acontecerá na quadra do Salgueiro, na segunda-feira (15).
Carioca, Haroldo Costa iniciou sua trajetória na TV Globo como diretor de musicais, além de atuar como diretor e jurado em programas de auditório. Ao longo da carreira, trabalhou com nomes consagrados como Dercy Gonçalves, Chacrinha e Moacyr Franco.
Antes disso, construiu uma sólida carreira no teatro. Foi integrante do Teatro Experimental do Negro, criado por Abdias do Nascimento, onde participou de montagens como O Filho Pródigo. No grupo, contracenou com artistas que também se tornariam referências, como Ruth de Souza, Grande Otelo e Milton Gonçalves. No palco, alcançou um de seus maiores destaques ao interpretar o protagonista de Orfeu da Conceição, tornando-se o primeiro ator negro a se apresentar no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Na televisão, atuou na minissérie Chiquinha Gonzaga (1999), de Lauro César Muniz, no papel de Raymundo da Conceição. Anos depois, voltou às produções da Globo em Suburbia (2012), interpretando seu Aloysio.
Apesar da extensa atuação nas artes cênicas, foi no carnaval que Haroldo Costa deixou sua marca mais profunda. Pesquisador apaixonado pela festa, escreveu diversos livros sobre o tema e atuou como jurado de desfiles. Em entrevista ao Memória Globo, afirmou enxergar o carnaval como um elemento essencial da identidade brasileira.
Ele integrou o corpo de jurados da Liesa, função que abandonou em 1963 após se tornar torcedor do Salgueiro, escola à qual manteve forte ligação. Também fez parte do júri do Estandarte de Ouro.
Autor de obras como Salgueiro: Academia de Samba, 100 Anos de Carnaval no Rio de Janeiro e Ernesto Nazareth – Pianeiro do Brasil, Haroldo Costa ainda produziu grandes espetáculos musicais ligados ao samba. Em 2023, assinou a curadoria da exposição Heitor dos Prazeres é meu nome, no CCBB-Rio.
Tags
Luto
