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| Fundada entre o mar e o Rio Potengi, Natal tem o turismo como uma de suas principais atividades econômicas - Foto: Reprodução |
Conhecida como a 'Noiva do Sol' e emoldurada por paisagens naturais marcantes, Natal celebra, nesta quinta-feira (25), 426 anos de história.
Mais do que cenário de episódios que ajudaram a construir a identidade do Rio Grande do Norte, a capital potiguar teve papel de destaque em momentos decisivos da história mundial.
Fundada em 25 de dezembro de 1599, a cidade preserva sua memória por meio de monumentos, registros históricos e obras literárias, que mantêm vivas as marcas do passado até os dias atuais.
De acordo com o historiador Bruce Lee, a fundação de Natal foi resultado de um longo processo marcado por conflitos e negociações. A primeira tentativa de colonização portuguesa não avançou diante da forte resistência dos potiguares, que dominavam o litoral da região, somada à presença constante de piratas e corsários franceses, aliados aos indígenas no comércio do pau-brasil.
“Um personagem central nesse processo foi Jerônimo de Albuquerque Maranhão, colonizador mestiço, filho de português com indígena, o que lhe permitiu compreender melhor a cultura e a política dos povos nativos. Ele atuou como mediador, negociando uma aliança com parte dos potiguares que haviam resistido por décadas à ocupação lusa”, compartilha o historiador, em entrevista à Tribuna do Norte.
Segundo o historiador Bruce Lee, a formação dessa aliança enfraqueceu a atuação francesa na região e abriu caminho para a construção do Forte dos Reis Magos, em 1598, na entrada do rio Potengi.
No ano seguinte, em 25 de dezembro de 1599, foi fundada a cidade de Natal. Para o historiador, a resistência potiguar teve papel decisivo nesse processo, influenciando diretamente o ritmo, a forma e o próprio sentido da fundação da capital.
Ao longo de seus 426 anos, Natal teve a identidade cultural e social marcada por uma série de acontecimentos decisivos, como a invasão e o domínio holandês no século XVII, a Insurreição Pernambucana de 1817, que ampliou a relevância política da capital, e a atuação da Sociedade Libertadora Norte-rio-grandense na segunda metade do século XIX.
Posição geográfica
Nas memórias de Natal, a geografia também ganha destaque, uma vez que a "Noiva do Sol" apresenta fácil acesso ao litoral atlântico e proximidade relativa com a Europa e a África.
Planejada para atuar como um núcleo militar defensivo, Bruce Lee lembra que a capital potiguar e a cidade de Parnamirim foram essenciais para os aliados durante a Segunda Guerra Mundial.
A Base Aérea de Parnamirim possibilitou o transporte de tropas, aviões e suprimentos pelo Atlântico. Em paralelo, Natal concentrou a maior parte das atividades civis, comerciais e culturais ligadas à presença americana.
Um marco desse período foi a visita de Getúlio Vargas e Franklin D. Roosevelt, em 1943, que acelerou a modernização da cidade.
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