Por Julio Benck


O sistema de direção é responsável por converter o esterçamento do volante, fazendo com que as rodas se voltem para a esquerda ou direita. Sem volante, não há como guiar um carro. Curiosamente, nos primeiros veículos de que se tem registro, a direção era realizada por meio de alavancas.

Não tardou para que a dificuldade em utilizá-las forçasse a indústria automotiva a buscar uma forma mais fácil de se guiar um carro. Nascia em 1894 o primeiro veículo com volante de que se tem notícia, um Panhard et Levassor, que pertencia ao francês Alfred Vacheron.
Sistema de direção mecânico

O sistema de direção, se comparado a outros sistemas de um carro, é um dos mais simples. Tudo começa no volante, que é conectado a uma peça tubular chamada de coluna. Esta conecta-se à caixa de direção por intermédio do pinhão. Por sua vez, o pinhão está ligado à cremalheira, uma em cada lado.

Estas peças, por fim, conectam-se à barra de direção, peças articuláveis em 360 graus e ligadas aos terminais de direção, ligados à suspensão e às rodas.

A direção pode ser mecânica, quando nenhum sistema auxilia o motorista na tarefa de girar o volante, ou assistida. Nesse último, temos dois tipos de assistência, a hidráulica e a elétrica. Uma terceira opção é a assistência híbrida eletro-hidráulica. Vamos entender agora como cada parte do sistema mecânico cumpre seu papel.
Volante

Ao esterçar esse componente fundamental, o motorista induz a coluna a girar, o que por sua vez desencadeia um processo que termina nas rodas dianteiras. Mas o volante é atualmente mais do que a peça que torna possível guiar um carro. Nos carros mais modernos, podem estar embutidos comandos auxiliares. Eles possibilitam comandar sistema de som, limpadores e até fazer a troca de marchas, no caso dos carros equipados com shift paddle.
Coluna

Também chamada de árvore, é a peça que transmite o movimento circular do volante para a caixa de direção. É também conhecida como mecanismo de esterço. Na sua extremidade, há uma espécie de garfo de duas pontas, nas quais se conecta uma cruzeta, que por fim se liga à caixa de direção.
Pinhão, caixa e demais partes

Na caixa de direção, a coluna se conecta com uma peça chamada pinhão. Ela possibilita a ligação com a cremalheira, peça em forma de engrenagem dentada, que converte o movimento circular em oscilações laterais. Esse é o movimento que será transmitido para a barra de direção e por fim à suspensão e rodas.
Direção assistida

O sistema de direção mecânico exige do motorista um esforço considerável. Esse esforço é minimizado em carros com direção assistida, que tornam o esterçamento do volante muito mais leve.

A direção assistida, de forma bastante resumida, pode ser:
hidráulica – pistões hidráulicos com óleo pressurizado tornam a direção mais suave;
elétrica – um pequeno motor elétrico é responsável por compensar o peso do volante;
eletro-hidráulico – assistente híbrido, em que pistões hidráulicos funcionam movidos a um motor elétrico.

Portanto, a direção assistida representa valor agregado ao carro, embora diversas versões de entrada sejam equipadas com o recurso.
É possível esterçar as rodas traseiras?

Em carros normais, o esterçamento acontece somente nas rodas dianteiras. Mas, se você ainda não sabe, não são poucos os modelos em que as rodas traseiras também viram para a esquerda e para a direita. Todos eles funcionam como sistemas adicionais, em que as rodas de trás do carro oscilam conforme as da frente são esterçadas.

Um dos modelos em que o sistema de direção é mais desenvolvido é o superesportivo Porsche 911. Suas rodas traseiras, viram em curvas realizadas em alta velocidade. Elas operam de acordo com a interpretação de informações de ângulo das rodas frontais, velocidade, posição do volante e torque. Tudo graças a dois atuadores eletro-mecânicos no eixo traseiro, que podem fazer as rodas virarem em até 1,5 grau.

Tal sistema possibilita ao 911 fazer curvas velozes. Graças a ele, a compensação causada pelo esterçamento das rodas traseiras impede o carro de perder o rumo ou capotar. O efeito é interessante, dando a impressão de que o veículo está derrapando, quando na verdade as rodas traseiras estão auxiliando na hora de fazer a curva.

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