Fique atento com a novidade na hora do financiamento

 Uma nova medida tomada por alguns bancos vem surpreendendo os consumidores de automóveis. 
 
Agora, a carteira de motorista está sendo requisito para conseguir crédito na praça Há ainda aqueles que preferem o dinheiro vivo, porém não tem como negar que os financiamentos predominam no ato da compra de um automóvel. 
 
Eles são responsáveis por quase 80% das vendas realizadas, segundo Rogério Feitosa, diretor jurídico do Sindicato dos Revendedores de Veículos Automotores do Estado do Ceará (Sindivel). 
 
No entanto, neste segundo semestre de 2011, àqueles que desejarem fazer esse tipo de procedimento devem ficar atentos ao novo documento pedido por alguns bancos: a habilitação de motorista. Pode parecer óbvio para alguns, mas não existe somente pessoas que adquirem um carro para uso pessoal. "Essa medida complica, porque tem muita gente que tem uma idade mais avançada e não tem CNH e queria que o filho dirigisse e, infelizmente, o banco, às vezes, ao invés de pedir só a carteira da pessoa que vai dirigir, pede para ela preencher o contrato normal", justifica o lojista Nei Moreira. Nesse caso, a liberação é dada por meio de um avalista, que é tratado, em tese, como fiador, tanto que se o nome do dono da carteira estiver no Serasa, o interessado e com capital disponível para comprar um veículo fica impedido de conseguir o financiamento. Esse novo requisito não foi oficialmente justificado pelos bancos que estão seguindo essa política interna. Entretanto, essa medida foi entendida como uma precaução para dificultar os casos de fraude e inadimplência. 
 
Seja qual for o real motivo, as consequências já estão sendo sentidas nos setores diretamente ligados à venda de veículos. Um operador de financiamentos que pediu para não ser identificado disse: "Perdi várias operações, porque para arranjar um avalista é difícil, geralmente é pai e mãe. O Santander tem uma aprovação boa, mas os que estavam aprovados e não tinham carteira, a gente perdeu todos". Para o representante do Shopping do Automóvel, Everton Fernandes, o impacto negativo é apenas no primeiro momento, em detrimento de um benefício posterior. "Se o banco tomar uma medida preventiva agora, para evitar fraude ou inadimplência, isso a médio e longo prazo vai refletir positivamente no mercado. 
 
Se tiver prejuízo agora, o banco vai se precaver com elevação de taxa de juros no futuro, para cobrir os prejuízos, ou podem ser mais rígidos com aprovação de crédito", justifica. Toda providência tomada para melhorar o crédito e as relações comerciais, além de evitar possíveis devedores, é bem vinda pelo Sindivel, entretanto, o que ele não está de acordo é que seja exigido um documento que não exprime importância para adquirir um bem, como também para ser usado para avaliar o crédito. "A CNH nunca foi pedida até hoje desde que o financiamento existiu, tanto que o próprio Detran não pede a carteira para transferir o carro para o nome da pessoa, o que seria o órgão mais capaz de pedir. 
 
 
O Sindivel concorda que os bancos devam adotar as políticas internas para melhorar e evitar qualquer tipo fraude, contanto que não seja uma regra geral que venha a prejudicar a pessoa de boa fé que quer comprar o veículo para o filho ou motorista dirigir", pontifica o advogado Rogério Feitosa. 
 
Por enquanto, não são todos os bancos que têm essa exigência, então há ainda aqueles que não desistem da compra até encontrar uma financiadora que lhe confirme o crédito. Porém, segundo o lojista Nei, esse novo documento irá influenciar negativamente cerca de 10 a 15% em suas vendas. Exemplo disso, é que quase perderia uma cliente por ela não aceitar colocar o nome de sua filha, que seria a condutora, como avalista, por não compreender o porquê de agora ser diferente, já que nas outras duas anteriores compras de veículos feitos por ela não ter sido necessário apresentar a CNH. 
 
Para Everton, esse aborrecimento se dá pelo costume das facilidades dadas aos clientes na venda de carros. "Os consumidores estão estranhando essa política, porque o ramo do financiamento de veículos sempre foi dinâmico. às vezes, em questões de minutos você compra o carro, escolhe e no mesmo dia já vai embora no carro financiado, o que não acontece com imóveis, que os clientes já estão acostumados com a burocracia e ao tempo para fazer a negociação", explica. Se realmente a carteira de motorista foi tomada como um documento de maior confiança e segurança contra possíveis fraudes, o banco deve levar em conta que a habilitação não está livre de falsificações. Na verdade, essa já é uma realidade frequente. "Quem faz RG falso, faz uma CNH também. O processo é o mesmo", afirma Jaime Paulo Linhares, da Delegacia de Defraudações e Falsificações.

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