Há uma mobilização intensa para a construção de um moderno aeroporto regional, em São Gonçalo do Amarante.
Ótimo! Viajar de avião é muito bom, ganha-se mobilidade, aproveita-se melhor o tempo e viaja-se com algum conforto. É muito bem-vindo. O litoral do nosso nordeste passou a ser viável depois que algumas linhas aéreas começaram a voar para aquele destino.
Depois que tivemos enfim a livre concorrência entre as companhias aéreas, o preço das passagens caiu para uma base mais realista e viajar de avião tornou-se uma opção viável para um número cada vez maior de passageiros, com custo/benefício cada vez mais interessante.
Mas, priorizando o aeroporto, estamos fazendo a coisa certa?
Sérgio Bona de Portão
Ótimo! Viajar de avião é muito bom, ganha-se mobilidade, aproveita-se melhor o tempo e viaja-se com algum conforto. É muito bem-vindo. O litoral do nosso nordeste passou a ser viável depois que algumas linhas aéreas começaram a voar para aquele destino.
Depois que tivemos enfim a livre concorrência entre as companhias aéreas, o preço das passagens caiu para uma base mais realista e viajar de avião tornou-se uma opção viável para um número cada vez maior de passageiros, com custo/benefício cada vez mais interessante.
Mas, priorizando o aeroporto, estamos fazendo a coisa certa?
Céu x estradas
As más condições das nossas estradas, os graves acidentes nas rodovias, a proliferação do transporte clandestino, sem controle, nem qualidade... isso tudo parece não preocupar a nossa elite dirigente. Se ainda não é uma preocupação em nossa região, nas grandes cidades há uma desenfreada corrida para o transporte alternativo, clandestino mesmo, concorrendo com o transporte regular. A alternativa então é essas empresas regulares reduzirem investimento na melhoria da frota, da manutenção, no treinamento dos motoristas e no excesso da jornada de trabalho. Ninguém imagina um avião clandestino, por exemplo, parado em um canto do aeroporto com o piloto convidando os passageiros com uma passagem baratinha, mas aceitamos cobradores gritando nas rodoviárias e terminais, chamando passageiros para viajarem no transporte pirata.ICMS
Dentre outros desacertos, merece destaque o ICMS, cobrado no transporte regular e transferido para as passagens de ônibus. Esse mesmo imposto não é cobrado dos passageiros das empresas aéreas, uma demonstração clara de que o transporte aéreo é prioridade dos poderosos. Prioriza-se uma minoria que usa transporte aéreo e transfere-se a conta para quem usa ônibus; a isenção na cobrança do ICMS nas passagens aéreas foi criada sob a suposta justificativa de que as empresas aéreas enfrentavam dificuldades. Ora, hoje vão muito bem das pernas, ou melhor, das asas, e o transporte rodoviário vive momentos de crise. E o cálculo mostra que neste imposto, o acumulado representa quase 20% do custo da passagem, que só o passageiro do “busão” está pagando. Onde está a justiça social? E, por que não há passagens gratuitas para os idosos nos aviões? E por que o IPVA sobre os automóveis é de 2% enquanto sobre as aeronaves é de meio %? (Eles pagam ¼ do que nós pagamos). Maioria x minoria
Enquanto mais de 95% das pessoas viajam pelas estradas, o transporte aéreo regular atende menos de 200 cidades, o transporte rodoviário atende a quase totalidade dos 5,5 mil municípios brasileiros. É preciso que os governos coloquem o passageiro de ônibus e o usuário de estrada na sala vip também, como ocorre nos melhores aeroportos. Afinal, a vida do passageiro de ônibus tem o mesmo valor que a dos passageiros de avião. Todos são cidadãos brasileiros. Às autoridades e os políticos, procurem manter nossas estradas no mesmo padrão que têm mantido os nossos aeroportos.Sérgio Bona de Portão
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