Para Dirceu Rodrigues Alves Júnior, diretor da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), o endurecimento da lei está contribuindo para a redução dos acidentes, principalmente por causa do valor da multa, que é de R$ 1.915,40.
"Quando se fiscaliza, se pune severamente, existe essa regressão. O custo da multa é assustador para o motorista brasileiro, que tem uma série de vícios no trânsito."
Por causa desses vícios, o médico defende que o rigor seja estendido também para outras práticas consideradas perigosas ao volante.
"Se tivéssemos a mesma atitude da lei seca com relação ao uso de celular, excesso de velocidade, sono e fadiga, por exemplo, teríamos uma redução ainda maior."
O especialista também defende o aumento do efetivo de policiais e agentes de trânsito, ainda pequeno para fiscalizar essas infrações.
O professor Coca Ferraz, coordenador do Núcleo de Estudos de Segurança do Trânsito da USP, diz que além de coibir o álcool na direção, a fiscalização da lei seca provoca um efeito psicológico.
"Há um amplo processo de divulgação do assunto, e o motorista, ao ver a fiscalização presente, acaba ficando mais atento às leis", diz.
Para reduzir as mortes, o professor da USP defende a criação de uma agência nacional de segurança no trânsito e que as campanhas fiquem mais intensas.
"Tem que usar imagens fortes mesmo, para sensibilizar as pessoas, como está sendo feito em outros países."
Apesar de concordarem que a lei seca é a maior responsável pela redução recente das mortes no trânsito, os dois especialistas dizem que outros fatores podem influenciar as estatísticas, como o volume de tráfego, o aumento da frota e até mesmo o clima.
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