O sofrimento proveniente do falecimento de uma pessoa amada é implacavelmente agravado quando percebemos – desditosamente afetando nossas vidas – as prevalecentes injustiças, os predominantes despautérios, as dominantes ilegalidades e os frequentes absurdos que brutalmente imolam o cotidiano dos habitantes deste desestruturado, aviltante e infame país.
Hodiernamente, na universidade, nas aulas do curso de Direito, ao me deparar com as várias leis inapropriadas, ilógicas e afrontosas que compõem nosso arcabouço jurídico vigente sinto abundante vergonha, profusa repulsa, copioso asco, enorme decepção.
Aprender sobre legislações que protegem excessivamente criminosos é fato verdadeiramente enojadiço, insultuoso, frustrante. O Brasil demasiada e escancaradamente defende bandidos. Sim. Nesse quesito nosso dito “Estado Democrático de Direito” é reconhecidamente uma verdadeira vergonha internacional. Aqui a impunidade reina, ultrajante, soberana.
Como não nos sentirmos impotentes, inseguros e desamparados? Nossa violenta, desordenada e incongruente Pátria parece tutelar mais os inescrupulosos delinquentes do que o povo. Qual a lógica disso? Se não era pra ser cumprida, pra quê foi promulgada a “utópica” e gigantesca Constituição Federal? Gozamos satisfatoriamente os direitos preconizados nela? Absolutamente não (basta avaliarmos a escabrosa práxis brasileira).
Muitos aspectos das prevalecentes estruturas políticas, jurídicas e governamentais brasileiras se mostram incoerentes; intoleráveis, ilógicos, inadequados.
Não dá mais para agüentar tanto absurdo político, tanta injustiça, tanta incompetência governamental e tantas bizarrices judiciárias. Não dá... Chega! Providências precisam ser tomadas, com extrema urgência, providências precisam ser tomadas. Os direitos constitucionais à paz, à segurança, à vida, à efetiva prestação jurisdicional, entre diversos outros, urgem ser efetivamente cumpridos. Das entranhas da oprimida nação brasileira emanam gritos aflitos e inconformados por “JUSTIÇA”. Do seio social provêm vociferações ressonantes que dizem: “CHEGA DESTA GENERALIZADA ANTIJURIDICIDADE; CHEGA DESTA ABJETA DESORDEM, CHEGA DESTE CONSTANTE RETROCESSO, CHEGA DESTE PREVALECENTE CAOS”.
Incansavelmente a sociedade clama por um “BASTA À IMPUNIDADE!”. Exclamamos enfurecidos: “chega de caotização, de desgraças, de corrupções, de inabilidade estatal”.
Esse clamor social inevitavelmente será ouvido por todos nós durante a realização da vergonhosa e deplorável Copa do Mundo/2014.
Rafael Kesler
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