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Por Pedro Kutney
Projeções negativas ficam estáveis para Brasil e pioram para Argentina

As projeções da IHS Markit para o mercado automotivo brasileiro diante da pandemia de coronavírus não mudaram muito de um mês para cá: a consultoria segue com a estimativa de queda de 30% nas vendas de veículos leves, 1,86 milhão de automóveis e comerciais leves, e ajustou 40 mil unidades para baixo a previsão de produção no País, esperando retração de 32%, para 1,9 milhão. “Revisamos porque muitas fábricas estenderam o período de paralisação das linhas”, explica o consultor Fernando Trujillo, que apresentou na segunda-feira, 18, os novos números da consultoria na série de entrevistas Lives #ABX20 promovidas por Automotive Business.

Segundo Trujillo, o cenário à frente continua bastante nublado, “as incertezas continuam e muitas cidades e estados ampliaram as restrições à circulação”, o que dificulta as projeções de mercado, mas no decorrer do último mês houve poucas mudanças, o que é ruim e bom ao mesmo tempo.

“A situação ficou estável [de um mês para cá], o que não é bom porque a retração continua grande, mas ao menos não piorou. Contudo, o cenário é crítico, já vemos o fechamento de empresas na cadeia. A indústria automotiva irá passar por renovação e consolidação em ritmo acelerado daqui para frente”, pondera Fernando Trujillo.

O consultor aponta que as vendas de abril e maio, embora estejam em níveis muito abaixo do normal, estão até um pouco acima do que era esperado, “provavelmente porque houve represamento de emplacamentos por causa do fechamento dos Detrans, o que deixou alguns registros de março para os meses seguintes”.

O acompanhamento da IHS Markit revela que na primeira metade de maio o volume de licenciamentos de veículos novos está na casa de 2,6 mil emplacamentos por dia útil. “É um número interessante para o momento, mas ainda aquém do que estávamos acostumados a ver”, destacou Trujillo. Segundo ele, é esperado que os emplacamentos só comecem a aumentar no segundo semestre, chegando a dezembro com 212 mil unidades vendidas, no início da rampa de recuperação do mercado brasileiro.

Dentro da esperada retomada das vendas de veículos leves no País, a IHS Markit trabalha com a expectativa de mercado anual de quase 2,3 milhões de veículos leves em 2021, em alta de 23% sobre 2020, e produção de 2,44 milhões de unidades, o que representaria crescimento de 29% de acordo com as projeções atuais. “São números ainda abaixo de 2019, mas já é avanço importante para a indústria que precisa de volumes”, afirma Trujillo.


VEÍCULOS PESADOS

Desta vez a IHS Markit também apresentou suas projeções de vendas de veículos pesados no Brasil, que inclui caminhões e chassis de ônibus acima de 6 toneladas de peso bruto total (PBT). A estimativa é que este ano sejam negociadas 81 mil unidades, o que representa queda de 29,4% sobre 2019. A produção esperada de pesados no País é de 106 mil, uma retração um pouco menor, de 22%, porque a maioria das fábricas do segmento já voltaram a operar.

“Embora a retração também seja grande, é um mercado de pesados tem comportamento diferente do de veículos leves. O agronegócio e transporte de alimentos e bebidas continua sustentando as vendas de caminhões”, explica o consultor.

Pelos mesmos motivos, para 2021 a consultoria espera por alta maior do mercado de veículos pesados, na casa de 33,3%, saltando para 108 mil caminhões e ônibus acima de 6 toneladas de PBT. A expectativa para o segmento é de maior retomada das exportações, o que deverá empurrar a produção de pesados para 154 mil unidades em 2021, em expressivo crescimento de 44,7%.

CENÁRIO PIORA NA ARGENTINA

Se para o Brasil a situação negativa parece estabilizada no patamar atual, na Argentina as expectativas pioraram bastante na visão da IHS Markit. “A situação já era bem complicada no país e agora está ainda pior”, explica Trujillo.

Em abril a consultoria previa a venda de apenas 260 mil veículos leves no mercado argentino, o que representava queda de 41%. Agora a projeção foi reajustada ainda mais para baixo: 247 mil unidades, retração de 44,5%. Para a produção, antes estimada em 265 mil automóveis e utilitários (-20%), a IHS Markit subtraiu 10 mil unidades, para 255 mil, recuo de 22,6%.

Por causa da expressiva retração, a recuperação porcentual de mercado e produção na Argentina deve ser maior, mas com números absolutos ainda muito baixos, que em nada lembram números que vinham sendo registrados até 2018.

A IHS Markit projeta vendas de 300 mil veículos leves na Argentina em 2021, alta de 21%, e maior recuperação da produção no próximo ano, para 363 mil unidades fabricadas, número 42% maior, o que depende da esperada retomada do mercado brasileiro, maior comprador externo de carros argentinos.

VISÃO GLOBAL

Trujillo lembra que se está difícil fazer projeções locais, a dificuldade é ainda maior quando se fala de comportamento do mercado global de veículos. “China e Estados Unidos, os dois maiores mercados do mundo, estão reabrindo as concessionárias e existe um horizonte de alguma recuperação, enquanto na Europa o cenário é de maior retração e na nossa região (América Latina) a visão é de estabilidade [em patamar negativo]. Com isso, temos alguns movimentos opostos”, indica.

Por enquanto, a IHS Markit prevê em 2020 mercado global de 69,2 milhões de veículos leves, em retração de 23% sobre 2019. “Para se ter ideia, reduzimos em 19,5 milhões de unidades a previsão que tínhamos para este ano em janeiro”, destaca. Para a China a queda anual deverá ser menor, 15%, enquanto na Europa a tendência é de tombo mais agudo.

Em 2021 a recuperação deve acontecer com a venda de 77,8 milhões de veículos, em alta de 12,5% ante 2020.

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