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O uso de medicamentos para saúde mental no Brasil registrou um aumento de 18,6% nos últimos dois anos, de acordo com um levantamento da empresa Sandbox. O estudo, que abrangeu mais de 616 mil pacientes entre agosto de 2022 e agosto de 2024, revelou que 74% dos medicamentos adquiridos eram antidepressivos, enquanto 26% correspondiam a ansiolíticos.
Esse crescimento está associado ao aumento da prevalência de transtornos mentais na população. Diogo de Lacerda, coordenador do Grupo de Referência de Transtornos de Ansiedade e do Humor da Santa Casa de São Paulo, destaca que a busca por tratamento tem se antecipado, um aspecto positivo, mas que também contribui para o aumento do uso de medicamentos.
Em 2023, o Sistema Único de Saúde (SUS) atendeu mais de 600 mil casos de ansiedade e 195 mil de depressão. Somente no primeiro semestre de 2024, mais de 448 mil pacientes procuraram atendimento. A psicóloga Aline Sampaio aponta que tanto a ansiedade quanto a depressão no Brasil são fortemente influenciadas por condições sociais.
O estudo também revelou um aumento no custo médio mensal com medicações, que passou de R$ 154 para R$ 189. Sampaio enfatiza que o acesso a tratamentos psicológicos e psiquiátricos ainda é desafiador para pessoas de baixa renda, o que torna os cuidados com a saúde mental um obstáculo financeiro significativo para muitos.
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