O Rio Grande do Norte volta a acender o sinal de alerta com o avanço dos casos graves relacionados à gripe. De acordo com o mais recente boletim epidemiológico do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), de 31 de maio, enviado pela SESAP, o estado já contabiliza 1.012 casos notificados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) até a 22ª Semana Epidemiológica de 2025. O número é semelhante ao registrado no mesmo período do ano passado, indicando persistência no padrão de circulação viral.
Apesar de as notificações se concentrarem em crianças de 0 a 9 anos, faixa etária que representa 64% dos casos , os idosos são os que mais morrem em decorrência da doença. Segundo o levantamento, 67% dos óbitos ocorreram entre pessoas com 65 anos ou mais. Até o momento, o estado soma 63 mortes por SRAG e outros 391 casos seguem em investigação.
Entre os casos com desfecho confirmado, chama a atenção o aumento dos óbitos por influenza. Em 2025, já são nove mortes causadas pela gripe, número considerado elevado por profissionais da vigilância em saúde. A maior parte dos pacientes evolui para cura, mas o crescimento dos registros ligados à influenza e aos casos não especificados exige atenção redobrada.
As comorbidades mais frequentes entre os pacientes com SRAG também agravam o quadro: 13% apresentavam asma, 12% tinham doenças cardiovasculares crônicas e 8% eram diagnosticados com diabetes mellitus. Esses dados reforçam a necessidade de cuidados específicos para pessoas com condições de saúde preexistentes, que estão mais vulneráveis às complicações.
De acordo com dados enviados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS, Natal já contabiliza 417 casos notificados de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) desde o início de 2025 até o dia 14 de junho, segundo dados do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe). A capital potiguar segue em alerta com o avanço das doenças respiratórias graves, especialmente durante os meses mais propícios à circulação viral.
No período de 8 a 14 de junho, foram registrados 23 novos casos. Entre os casos acumulados, 83 foram identificados como decorrentes de influenza, 96 associados a outros vírus respiratórios, cinco relacionados a outros agentes etiológicos, 24 a Covid-19 e 137 ainda não tiveram a causa específica identificada. Outros 72 seguem sem qualquer classificação.
Baixa cobertura vacinal preocupa
Mesmo com a vacina disponível, a adesão segue muito abaixo do ideal. Em Natal, a cobertura vacinal entre crianças de 6 meses a menores de 6 anos é de apenas 13,53%. Entre os idosos, o índice chega a 28,50%. Ambos os grupos estão entre os mais suscetíveis à evolução grave da influenza.
A vacina contra a gripe continua sendo a forma mais eficaz de prevenção. De aplicação anual, ela é ajustada conforme as cepas do vírus que mais circulam a cada temporada. Além de proteger o indivíduo, também contribui para o controle de surtos em ambientes como escolas, hospitais e instituições de longa permanência.
A Sesap alerta que, mesmo com a circulação ativa do vírus e o aumento de casos graves, a cobertura vacinal permanece abaixo do ideal. Por isso, é fundamental que a população-alvo procure os postos de saúde para se proteger e ajudar a conter a evolução dos casos graves no estado.
Por Ana Bezerra
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