A costa do Rio Grande do Norte voltou ao centro de debates nesta terça-feira (17), com a realização de mais um leilão de blocos de exploração de petróleo pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). O certame inclui 17 blocos localizados na Bacia Potiguar, uma das áreas mais promissoras da chamada Margem Equatorial brasileira.
De acordo com reportagem do G1 RN, o risco de vazamentos e os impactos ambientais em caso de acidente já são motivo de alerta entre pesquisadores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O temor é que correntes marítimas transportem óleo até Noronha em curto espaço de tempo, afetando um dos ecossistemas mais sensíveis do país.
A região faz parte da chamada Margem Equatorial, que se estende do litoral potiguar até o extremo norte do Brasil, no Amapá. Para a ANP, trata-se da “nova fronteira” da exploração petrolífera brasileira, com potencial semelhante ao do pré-sal. A área inclui ainda outras bacias como a da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Ceará e Barreirinhas.
Mesmo com os riscos apontados por entidades como o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o interesse econômico prevalece. Recentemente, a Petrobras confirmou descobertas importantes na Bacia Potiguar, como no poço Anhangá, a 79 km da costa, e no poço Pitu Oeste, a 52 km da costa potiguar. Ambos estão em processo de avaliação, mas já evidenciam o potencial energético da área.
Ambientalistas alertam que a expansão da atividade sem o devido controle pode comprometer não apenas ecossistemas locais, mas também patrimônios naturais como Noronha e o litoral amazônico. Apesar disso, o leilão avança como parte do 5º Ciclo da Oferta Permanente da ANP, que engloba ainda outras bacias do país.
A Petrobras, por sua vez, afirma que todas as atividades de perfuração ocorreram sem incidentes ambientais ou riscos à equipe envolvida. A empresa, que havia se retirado da operação terrestre no RN em 2023, agora investe novamente na região, mirando a exploração offshore e projetos de energia limpa.
Redação com informações do G1
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