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| Família está sem notícias há semanas e denuncia silêncio da curadora e da instituição. Foto: Cedida |
Quando não se tem notícias de um parente, o desespero toma conta. É o que vive a família de Rosymeire Gomes da Costa, de 41 anos, moradora de João Câmara, que está sem contato com a paciente desde o início de maio. Internada em uma clínica terapêutica em Macaíba, na Grande Natal, desde 18 de janeiro, após um surto psicológico, Rosymeire foi vista pela última vez pelos familiares no dia 5 de maio.
Segundo Maria Rosicleide, irmã da paciente, a filha de Rosymeire obteve na Justiça a curatela da mãe, o que lhe deu poder legal sobre todas as decisões relacionadas ao tratamento. Desde então, a clínica passou a impedir visitas de outros familiares, alegando que apenas a curadora pode autorizar acessos.
A situação se agravou no dia 28 de maio, quando Rosymeire foi transferida para outra unidade de saúde. O local e o nome da nova clínica não foram informados à família. Desde a transferência, a filha cortou todo contato com os parentes maternos, que não sabem onde Rosymeire está nem em que condições se encontra.
Diante da ausência de informações, a família registrou um boletim de ocorrência informando o desaparecimento. Até agora, nenhuma resposta oficial foi dada. Um advogado contratado pela família ingressou com um pedido de habeas corpus para a liberação de Rosymeire, alegando que a internação involuntária excede o prazo legal.
“A lei brasileira prevê o limite máximo de 90 dias para internações involuntárias sem decisão judicial. Rosymeire já está há cinco meses nessa condição, o que ultrapassa o que é permitido”, afirmou Victor Siboney, advogado da família.
De acordo com ele, o habeas corpus está em análise no Judiciário, que solicitou a apresentação de novas provas. Em uma visita à clínica, o advogado, acompanhado por familiares, teve acesso a Rosymeire. A paciente estava lúcida e declarou que não desejava permanecer internada. Afirmou ainda estar sendo medicada contra sua vontade e que poderia continuar o tratamento fora da clínica.
“Não existe decisão judicial que autorize essa internação por tempo indefinido. A paciente foi internada pela filha e a família por parte da mãe não tem qualquer informação sobre seu paradeiro atual. Acreditamos que a Justiça será feita. A liberdade é um direito fundamental e garantido”, acrescentou o advogado.
A filha da paciente, que detém sua curatela legal, passou a ter controle total das contas bancárias da mãe após obter a declaração judicial de incapacidade.
"Estou fazendo um apelo à pessoa que está responsável pela curatela da minha irmã. A gente só quer saber notícias dela. Onde está Rosymeire? Por que não podemos saber onde ela está? A gente precisa dessa resposta", declarou a irmã de Rosymeire.
Além do habeas corpus, a família também entrou com um pedido judicial para revisão da curatela, solicitando que a guarda legal de Rosymeire seja transferida para a mãe, Neuza Gomes da Costa.
“A única coisa que queremos é saber onde está minha filha e se ela está bem,” desabafa Neuza.
Por Ana Bezerra
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