SUS passa a oferecer dois novos tratamentos hormonais para endometriose



O Sistema Único de Saúde (SUS) acaba de incorporar duas novas opções de tratamento hormonal que prometem ampliar o alívio da dor e melhorar a qualidade de vida das pacientes que sofrem com endometriose.

A doença, que atinge cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva no mundo, é uma velha conhecida por quem enfrenta cólicas incapacitantes, dor pélvica persistente e dificuldades para engravidar. Além dos tratamentos já disponíveis na rede pública, duas novas tecnologias estarão ao alcance de quem depende do SUS: o DIU com levonorgestrel (DIU-LNG) e o desogestrel.
Novidades que transformam o cuidado

O DIU-LNG atua diretamente no controle da endometriose ao liberar um hormônio que impede o crescimento do tecido fora do útero. A cada inserção, o dispositivo pode permanecer ativo por até cinco anos, uma vantagem tanto para o corpo quanto para a rotina das pacientes, que ganham mais autonomia e menos idas ao consultório.

Já o desogestrel é uma opção oral, eficaz no controle da dor e no bloqueio da ovulação, um dos mecanismos que alimentam a progressão da doença. E o melhor: poderá ser prescrito logo na primeira avaliação médica, mesmo antes da confirmação diagnóstica por exames, oferecendo alívio mais rápido para quem sofre.
Avanço no papel e na prática

A incorporação dos dois tratamentos foi oficializada pelas Portarias SECTICS/MS nº 41 e 43, publicadas em 2025. O parecer favorável veio da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS), que avalia a eficácia, segurança e custo-benefício de novos recursos para o sistema público de saúde.

Mas antes de chegarem aos postos de saúde e hospitais, essas terapias passarão por um processo de adaptação nos protocolos clínicos, uma etapa burocrática, mas essencial para garantir o uso correto e seguro.


A endometriose é uma condição crônica que, apesar de atingir milhões de mulheres, ainda enfrenta silêncio, tabus e diagnósticos tardios. No Brasil, o cenário começa a mudar: nos últimos dois anos, o SUS registrou mais de 260 mil atendimentos relacionados à doença na Atenção Primária e 85 mil atendimentos especializados. As internações também subiram, indicando maior acesso ao diagnóstico e ao tratamento cirúrgico em casos graves.

Entre os recursos já disponíveis na rede pública, estão anticoncepcionais hormonais, analgésicos, anti-inflamatórios e procedimentos como videolaparoscopia, uma técnica minimamente invasiva que permite diagnosticar e remover focos da doença.

Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a decisão vai além da modernização do SUS: "Estamos falando de aliviar a dor de milhares de mulheres e devolver a elas o controle sobre o próprio corpo e cotidiano. É qualidade de vida, dignidade e saúde."


Importante:
a) Comentários ofensivos, preconceituosos ou que incitem violência não serão aceitos;
b) Comentários que não digam respeito ao tema da postagem poderão ser excluídos;
c) O comentário não representa a opinião do blog.

A responsabilidade é do autor da mensagem.

É necessário colocar seu NOME e E-MAIL ao fazer um comentário.

Postagem Anterior Próxima Postagem

Publicidade

نموذج الاتصال