![]() |
Projeto busca detectar o vírus em até 30 minutos nas próprias unidades de saúde, ampliando o acesso ao diagnóstico e tratamento pelo SUS. Foto: Josué Damacena |
O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), referência nacional no enfrentamento às hepatites virais, está desenvolvendo um projeto inovador para criar testes moleculares rápidos capazes de detectar o vírus das hepatites em cerca de 30 minutos, direto nas unidades de saúde. A iniciativa tem potencial para acelerar o diagnóstico e facilitar o acesso ao tratamento, especialmente em regiões com pouca estrutura laboratorial.
A tecnologia, chamada RT-Lamp, já foi usada durante a pandemia de Covid-19, mas ainda não está disponível no Brasil para diagnóstico de hepatites. O projeto, financiado pelo Ministério da Saúde e pelo CNPq, está em fase de desenvolvimento do protótipo para hepatite C.
Além do avanço tecnológico, o Laboratório de Hepatites Virais da Fiocruz promove ações de testagem em comunidades vulneráveis. Desde 2023, mais de 11 mil testes foram aplicados em 12 cidades do estado do Rio de Janeiro, identificando 575 infecções. As ações atendem populações como pessoas em situação de rua, indígenas, profissionais do sexo e pacientes de saúde mental.
Pesquisas científicas conduzidas pela equipe também revelam dados importantes sobre a doença no Brasil. Estudos apontam, por exemplo, baixa cobertura vacinal contra a hepatite B em comunidades rurais e quilombolas no Piauí, e identificam um possível novo subgenótipo do vírus da hepatite D no país.
Segundo os especialistas da Fiocruz, as hepatites virais são doenças silenciosas, mas perigosas, podendo evoluir para cirrose ou câncer de fígado. Por isso, o diagnóstico precoce e o tratamento, disponíveis no SUS, são fundamentais. A meta global é eliminar as hepatites como problema de saúde pública até 2030.