A indústria brasileira de frutos do mar enfrenta um momento de incerteza após a entrada em vigor, na quarta-feira (7), das tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre a maioria das exportações do setor. O mercado norte-americano responde por cerca de US$ 400 milhões anuais em compras de pescados brasileiros, o equivalente a 70% das exportações totais.
Segundo estimativas da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), a medida pode impactar até 20 mil empregos no país. O setor já articula junto ao governo federal a criação de uma linha de crédito emergencial de R$ 900 milhões e a intensificação das negociações para reabrir o mercado europeu, fechado desde 2017 para pescados brasileiros.
No Rio Grande do Norte, Arimar França Filho, presidente do Sindicato da Indústria de Pesca do Estado do Rio Grande do Norte (Sindipesca-RN), afirmou que a situação inviabiliza os negócios da categoria. Segundo ele, embora o mercado interno possa absorver parte da produção, não é suficiente para todo o volume, e os barcos não podem pescar exclusivamente para o Brasil.
Algumas empresas começaram a reduzir a atividade antes mesmo da vigência das tarifas, com a paralisação de barcos para evitar excesso de produção. Representantes da pesca afirmam que, sem crédito e novos mercados compradores, há risco de falências e cortes em massa de postos de trabalho.