A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) está desenvolvendo e testando um aplicativo de mensagens exclusivo para a comunicação interna do governo federal. A iniciativa, que já existia no governo Bolsonaro, ganhou força após os eventos de 8 de janeiro de 2023, quando alertas sobre riscos de ataques foram enviados pelo WhatsApp, levantando dúvidas sobre a segurança de dados sensíveis em plataformas estrangeiras.
O aplicativo terá funcionalidades semelhantes às dos mensageiros populares, como envio de textos, áudios, fotos, vídeos, criação de grupos e chamadas, mas com duas diferenças fundamentais: criptografia própria desenvolvida pela Abin e servidores hospedados no Brasil.
Batizado dentro do Programa de Transformação Digital (PDX), o projeto nasceu para atender inicialmente o Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin), com planos para expansão a toda a administração pública federal. Um modelo anterior, chamado Athena, já possuía recursos avançados de segurança, como destruição remota dos dados em caso de perda ou roubo do dispositivo.
O desenvolvimento é realizado em parceria com a Universidade Federal do Ceará e o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). Além do aplicativo, está sendo criada uma plataforma para catalogar e compartilhar dados e documentos de inteligência entre os integrantes do Sisbin.
Atualmente, o app está em fase de validação pelo Ministério da Gestão, sem previsão oficial de lançamento ou divulgação de detalhes técnicos adicionais.
A iniciativa pretende resolver dois problemas simultâneos: reduzir o risco de vazamentos e diminuir a dependência de tecnologia estrangeira, garantindo que informações estratégicas fiquem sob controle do governo brasileiro, afastando-as de empresas privadas estrangeiras.
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