Preso é condenado por tráfico de drogas dentro da Penitenciária de Alcaçuz

Juiz considerou provas como balança, anotações e celular na cela. Réu já tinha outras condenações e deve cumprir pena em regime fechado. Foto: Reprodução

Juiz considerou provas como balança, anotações e celular na cela. Réu já tinha outras condenações e deve cumprir pena em regime fechado.

Um detento da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal (RN), foi condenado a mais de sete anos de prisão por tráfico de drogas dentro da própria unidade. A sentença foi proferida pelo juiz Tiago Neves Câmara, da 1ª Vara da Comarca de Nísia Floresta.

Além da pena de reclusão, o condenado também deverá cumprir 725 dias-multa e teve os direitos políticos suspensos. A pena deverá ser cumprida em regime fechado, sem possibilidade de substituição por alternativas como prestação de serviços.

O caso aconteceu em maio de 2012, durante uma revista de rotina em uma cela ocupada por quatro internos. Os agentes penitenciários encontraram maconha, cocaína, um celular com chips, uma balança artesanal e anotações com nomes e valores.

No primeiro momento, os detentos afirmaram que o material pertencia a todos. No entanto, uma perícia grafotécnica identificou que as anotações eram de autoria do réu, desmontando a tentativa de atribuir a posse dos itens a um dos presos já falecido.

Justiça nega tráfico privilegiado

O interno alegou ser apenas usuário, mas o juiz não aceitou a justificativa. Para o magistrado, o conjunto de provas, incluindo a quantidade das drogas, o uso da balança e as anotações detalhadas, comprovava que havia atividade comercial de entorpecentes dentro da prisão.

O benefício do chamado “tráfico privilegiado”, que poderia reduzir a pena, foi negado. O juiz considerou o histórico do réu, que já tem outras condenações, inclusive por tráfico.