Estudo aponta que poluição pode acelerar Alzheimer; em Natal o nível do ar é considerado seguro

Mesmo exposições curtas a poluentes podem afetar a saúde cognitiva, destacam pesquisadores

Nem sempre nos damos conta, mas o ar que respiramos todos os dias pode afetar nosso cérebro.Um estudo recente da Escola de Medicina Perelman, da Universidade da Pensilvânia, publicado em 8 de setembro de 2025 na revista JAMA Neurology, indica que a exposição à poluição do ar pode acelerar a progressão da doença de Alzheimer. A pesquisa analisou dados de 602 pacientes e descobriu que viver em áreas com maior concentração de partículas finas (PM₂,₅) está associado ao acúmulo mais rápido de placas amiloides e emaranhados de proteína tau, principais marcas da patologia.

Os pesquisadores observaram que, mesmo apenas um ano de exposição a altos níveis de partículas finas, que têm menos de 2,5 micrômetros de diâmetro, é suficiente para aumentar a gravidade do declínio cognitivo. Entre os efeitos registrados estavam perda de memória, prejuízos de julgamento e dificuldade com cuidados pessoais.

Segundo os cientistas, essas partículas microscópicas são inaláveis e podem penetrar profundamente nos pulmões, alcançando o cérebro e acelerando processos neurodegenerativos. Cada aumento de 1 micrograma por metro cúbico na exposição anual à PM₂,₅ foi associado a um aumento de 19% na gravidade das lesões cerebrais relacionadas ao Alzheimer.

O estudo enfatiza a importância de políticas públicas de redução da poluição atmosférica como estratégia preventiva para doenças neurodegenerativas, especialmente em populações mais vulneráveis, como idosos e pessoas com predisposição genética à doença de Alzheimer.

“Mesmo uma curta exposição a níveis elevados de poluição pode ter impacto significativo no cérebro de pessoas com Alzheimer”, disse um dos autores do estudo. “Esses achados destacam a urgência de medidas ambientais para proteger a saúde cognitiva da população.”

Em Natal, os dados mais recentes sobre qualidade do ar indicam que a cidade está atualmente em condições seguras para a população em geral. De acordo com o Índice de Qualidade do Ar (IQA), que monitora a qualidade do ar em tempo real em diversas partes do Brasil e é mantido pela rede Air Quality Open Data Platform, o ar está em 35, classificado como bom. A concentração de PM₂,₅ é de 35 microgramas por metro cúbico, enquanto a de PM₁₀, partículas maiores, é de 14 microgramas por metro cúbico. A temperatura é de 28°C, a umidade relativa é de 69% e a velocidade do vento é de 7 km/h.

Embora os níveis estejam considerados bons para a maioria da população, a pesquisa mostra que mesmo exposições curtas a partículas finas em concentrações mais elevadas podem afetar a saúde cerebral, reforçando a importância de monitoramento contínuo e políticas de controle da poluição, inclusive em cidades com ar atualmente considerado seguro.

Monitoramento do ar em Natal nesta manhã de Sabádo (13)


Ana Bezerra/ Redação


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