Morre Angela Ro Ro, ícone da MPB, aos 75 anos

Cantora sofreu parada cardíaca no Rio e deixa legado de autenticidade e grandes sucessos

A cantora e compositora Angela Ro Ro, uma das vozes mais marcantes da Música Popular Brasileira, morreu nesta segunda-feira (8), aos 75 anos, no Rio de Janeiro. A artista sofreu uma parada cardíaca em decorrência de uma nova infecção. Ela estava internada no Hospital Silvestre desde junho, onde vinha enfrentando complicações de saúde.

Dona de um timbre rouco e inconfundível, Angela construiu uma carreira iniciada nos anos 1970 e rapidamente se destacou com sucessos como “Amor, Meu Grande Amor”, “Compasso” e “Fogueira”. Ao longo de mais de quatro décadas, lançou mais de dez álbuns e firmou parcerias com nomes como Maria Bethânia, Cazuza e Ney Matogrosso.

Além da música, Angela Ro Ro também foi pioneira na representatividade. Foi uma das primeiras artistas brasileiras a se assumir lésbica publicamente, em um período marcado pelo conservadorismo. Sua postura autêntica, irreverente e corajosa fez dela referência no movimento LGBTQIA+ e inspiração para novas gerações.

Nos últimos anos, a cantora enfrentou dificuldades financeiras e e chegou a pedir ajuda em redes sociais para custear despesas médicas. Sem aposentadoria, sobrevivia com cerca de R$ 800 por mês em direitos autorais.

O legado de Angela Ro Ro permanece vivo em suas canções e na luta por liberdade e autenticidade que sempre guiou sua trajetória.