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Fenômeno atmosférico causado por queimadas altera coloração do céu - Foto: Ronaldo Bernardi / Agencia RBS |
Quem olhou para o céu da região Nordeste, nos últimos dias, notou uma diferença: o azul intenso deu lugar a um tom mais opaco, acinzentado. Segundo o meteorologista Gilmar Bristot, da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), o fenômeno é resultado da presença de partículas suspensas na atmosfera, provenientes, principalmente, de queimadas na África e em regiões do Brasil.
De acordo com Bristot, essas partículas, chamadas de "material particulado", incluem poeira, areia e resíduos de queimadas. "São partículas suspensas na atmosfera que podem vir do deserto, como a areia ou do resto de queimada, como fumaça. Eu estava observando, que na região da África, próxima do litoral do Atlântico, que haviam muitos focos de queimadas".
E completou: "E, como a alta presão do Atlântico Sul, está bem configurada e, o vento que vem dessa alta, circula sobre a região da África, carrega essas particulas em direção a América do Sul. E a configuração da alta pressão do vento, faz com que ele chegue aqui, na alta troposfera, sobre a região do Nordeste", explicou o meteorologista.
Além das queimadas africanas, o Brasil também tem contribuído com a poluição atmosférica. Segundo o meteorologista, focos de incêndio nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte do país também têm liberado grande quantidade de fumaça na atmosfera, intensificando o fenômeno.
Ainda que visualmente impactante, o fenômeno é temporário e tende a desaparecer com a dispersão dos ventos ou com a chegada de chuvas, que ajudam a "limpar" a atmosfera.
No entanto, a presença prolongada desse tipo de poluente pode ter impactos na qualidade do ar e na saúde respiratória da população, especialmente, em áreas urbanas e com clima seco.
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