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| Foto: Tony Oliveira/ Agência Brasília |
O número de mortes envolvendo motociclistas no Brasil cresceu de forma expressiva nas últimas duas décadas, passando de 3% no fim dos anos 1990 para quase 40% em 2023, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). As motos também respondem por cerca de 60% das internações por acidentes de transporte terrestre no SUS, com gastos superiores a R$ 270 milhões apenas em 2024.
Segundo o Ipea, o aumento acompanha a expansão da frota, que saltou de 2,7 milhões de unidades em 1998 para mais de 34 milhões em 2024, chegando a cerca de 30% da frota motorizada do país. As mortes de motociclistas multiplicaram-se por 15 no período. Após uma queda temporária a partir de 2014, os índices voltaram a alcançar os níveis anteriores à crise econômica, consolidando a moto como o veículo mais letal nas vias brasileiras.
O estudo aponta que a maior parte das vítimas é jovem, masculina e de baixa escolaridade. Pessoas entre 20 e 29 anos representam um terço das mortes, mais da metade possui ensino fundamental incompleto e cerca de 90% têm no máximo ensino médio. Pessoas pardas também são maioria entre mortos e internados.
A Região Nordeste concentra o maior número de municípios com mototáxi, serviço que cresce junto à frota de motos e ao uso do veículo como instrumento de trabalho. O estudo alerta para os riscos do transporte remunerado por moto, citando falta de proteção adequada, ausência de seguros e gravidade das lesões. A recomendação é priorizar o transporte público ou por automóveis, restringindo o mototáxi a áreas de difícil acesso em grandes cidades.
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