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| Foto: Cedida/pesquisa |
Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) identificaram uma nova espécie de barbeiro em municípios do interior potiguar. O inseto, batizado de Triatoma chiarii, pode se tornar um potencial vetor da doença de Chagas. A descoberta foi publicada na revista científica Parasites & Vectors.
O barbeiro foi encontrado em Messias Targino, Upanema e na Estação Ecológica do Seridó, em Serra Negra do Norte. A espécie chamou atenção porque não se encaixava completamente nas características de insetos já conhecidos, como Triatoma petrocchiae e Triatoma brasiliensis, este último, principal transmissor da doença no estado.
O material coletado passou por análises morfológicas e genéticas no Instituto René Rachou (Fiocruz Minas). O sequenciamento do gene mitocondrial Citocromo b diferenciou o inseto das espécies mais próximas. Estudos morfométricos reforçaram a conclusão.
Segundo a pesquisadora Andressa Noronha Barbosa da Silva Carvalho, primeira autora do estudo, o nome chiarii homenageia o professor Egler Chiari (1934–2020), referência internacional nos estudos do Trypanosoma cruzi, parasita causador da doença de Chagas.
O T. chiarii foi encontrado em locais onde também vive o T. brasiliensis. Essa convivência acende um alerta porque a nova espécie ocorre em áreas próximas a moradias humanas. A importância epidemiológica ainda precisa ser confirmada.
A pesquisa reuniu 16 cientistas da UFRN, UFMG, UFRJ, Fiocruz e da Universidade de York, no Reino Unido. Para os autores, identificar uma nova espécie de barbeiro no RN ajuda a redesenhar o mapa da doença de Chagas no semiárido e reforça a necessidade de vigilância entomológica contínua.
Os pesquisadores agora investigam o comportamento do inseto, seus hospedeiros preferenciais e se ele é capaz de transmitir o T. cruzi. A resposta pode redefinir estratégias de controle em regiões rurais do estado.
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