Organizado pelas secretarias municipais de Saúde (SMS) e de Trânsito (Setran), o encontro também contou com a presença dos secretários Adriano Massuda (Saúde) e Joel Krüger (Setran) e de Roberto Colombo e Victor Pavarino, representantes da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas)/Organização Mundial de Saúde (OMS), parceira no projeto Vida no Trânsito. O projeto é uma ação interministerial do governo federal comandada pelo Ministério da Saúde.
Barbosa diz que o impacto dos acidentes de trânsito no sistema de saúde é muito grande, sobrecarregando as UTIs e os equipamentos de reabilitação dos hospitais. “Por essa razão, lançamos o projeto Vida no Trânsito, que vai identificar os tipos de acidente mais frequentes e suas características. Com isso podemos orientar intervenções de redução de velocidade, de fiscalização, de educação, de mudança de fluxo de veículos e faixa de pedestres, para reduzir os indicadores de acidentes e mortes no trânsito”, contou.
Segundo o representante do Ministério da Saúde, o desrespeito à velocidade máxima e à sinalização, a imprudência, a falta de respeito com os pedestres, o uso do álcool são fatores comuns nos acidentes de trânsito em todas as capitais em que o projeto Vida no Trânsito está sendo desenvolvido. “O que varia em cada local é a solução. Cada cidade está identificando e analisando os dados dos acidentes para fazer as intervenções específicas para cada situação e conseguir uma redução mais rápida dos acidentes”, revelou Barbosa.
Massuda destacou que o problema dos acidentes no trânsito é complexo e que precisa ser trabalhado de maneira articulada pelas secretarias municipais, Ministério da Saúde, órgãos públicos estaduais e federais, sindicatos e instituições em uma ação intersetorial. “Esta é uma ação que a Prefeitura de Curitiba tem priorizado. Além de salvar vidas, ela tem um impacto econômico importante, com a redução de gastos. Os recursos economizados com a prevenção de acidentes podem ser direcionados a outras áreas da saúde”, afirmou.
Para o secretário municipal de Saúde, é preciso agir de maneira preventiva para identificar os fatores de riscos associados aos acidentes no trânsito, como o uso de álcool e o excesso de velocidade. “Intervindo sobre esses dois fatores, temos redução importante nas taxas de acidentes e consequentemente de internações”, completou.
Pavarino, consultor nacional de segurança viária da Opas/OMS, destacou como positivo o fato de o setor de saúde no Brasil ter um maior envolvimento com a questão da mortalidade no trânsito, além de uma maior interação com outros setores como educação e segurança. “Desde o início dos anos 2000, a Opas/OMS tem atuado mais fortemente na questão da maior mortalidade do trânsito com a ação global Road Safety in 10 Countries, que financia e estimula dez países a terem ações de prevenção a lesões e mortes no trânsito e aumentar a capacidade de avaliar os projetos para melhorar o trânsito”, disse.
Além do Brasil, a Opas/OMS e a Bloomberg Philanthropies (fundação internacional de promoção de atividades na área social que também é parceira do Vida no Trânsito) selecionaram outros nove países para implantar projetos de segurança no trânsito: Rússia, Turquia, China, Egito, Índia, Camboja, Quênia, México e Vietnã, os quais foram escolhidos em função da alta taxa de mortalidade causada pelo trânsito – juntos, eles respondem pela metade das mortes no trânsito em todo o mundo.
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