Transformando cidades com o transporte coletivo



Acaba de ser publicado pelo Banco Mundial o livro “Transformando cidades com o transporte coletivo: integração uso do solo e transportes para a sustentabilidade urbana”. O estudo explora o complexo processo existente na integração entre transporte coletivo e o uso do solo, em cidades com rápido em crescimento, nos países em desenvolvimento. Este assunto permeia os debates em cidades do mundo todo. O estudo identifica os obstáculos e as oportunidades para uma coordenação eficaz tanto da infraestrutura de transporte coletivo como do planejamento e desenvolvimento urbano. Também recomenda um conjunto de políticas e medidas de implementação para superar essas barreiras e explorar essas oportunidades.

Uma boa integração entre o transporte coletivo e desenvolvimento urbano cria formas e espaços citadinos que reduzem a necessidade de viagens por veículos motorizados individuais. Áreas com bom acesso ao transporte público e espaços urbanos bem projetados, que sejam favoráveis ao uso dos modos de transportes a pé e por bicicleta, se tornam lugares muito atrativos para as pessoas viverem, trabalharem, aprenderem, praticar lazer e interagirem. Esses ambientes melhoram a competitividade econômica da cidade, reduzem a poluição local e as emissões globais de gases de efeito estufa, promovendo inclusive o desenvolvimento. Essas metas são o cerne do moderno conceito de Desenvolvimento Orientado pelo Transporte (TOD), muito importante para o futuro da sustentabilidade urbana.

O livro mostra os melhores exemplos de “cases” globais do transporte coletivo orientando cidades, que têm relevância direta para as cidades de países em desenvolvimento. Há algumas delas, atualmente, investindo em Transporte Rápido por Ônibus (BRT) e sistemas de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT), caso de: Curitiba, Ahmedabad, na Índia e Bogotá, na Colômbia. Muitas cidades americanas, berço dos automóveis, também estão se transformando através da implantação de transporte coletivo de massa com alta qualidade, como são os casos de São Francisco, na Califórnia, Houston, no Texas, Jacarta, na Indonésia, Dublin, na Irlanda, dentre tantos.

Bauru lançou, no final de 2012, um processo de Concorrência Pública, visando a contratação de serviços de Engenharia de Transporte, para elaborar o Plano de Transporte Coletivo de Bauru. Em duas oportunidades anteriores, a Prefeitura realizou modificações no sistema de transporte coletivo, cujas alterações ficaram muito aquém do que a cidade precisava.

Espera-se que o novo Plano promova não só modificações no esquálido sistema de transporte por ônibus comuns, mas que promova um choque de mobilidade urbana, que possa introduzir a cidade no nível de modernidade esperado, trazendo melhorias significativas para a qualidade de vida do bauruense. Neste sentido é necessário um profundo e maduro relacionamento entre Emdurb e Seplan. A cidade atinge quase a cifra de 400 mil habitantes e precisa de um planejamento urbano e de transportes condizente com a sua importância.

A oportunidade é agora. Afinal, serão gastos cerca de R$ 800 mil na elaboração do Plano. O que se espera é que soluções desafiadoras, modernas, responsáveis e sustentáveis possam ser efetivamente implantadas. Caso isto se concretize, o prefeito Agostinho terá o seu nome inscrito na relação dos grandes governantes de Bauru. Caso contrário, a cidade continuará perambulando pelas periferias de cidades que são incapazes de mudar paradigmas de problemas urbanos não resolvidos através dos tempos.


Archimedes A. Raia Jr

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