Volta às Aulas - Educação, Trânsito e Cidadania



Atualmente, o trânsito das grandes cidades está muito caótico, selvagem, mesmo. Na maioria das vezes, há muitos carros para pouca rua, especialmente quando as pessoas vão de casa para o trabalho ou para a escola e vice-versa.

Dirigir tem se revelado uma das atividades mais estressantes a que o ser humano está submetido todos os dias e, no momento presente, as chances de se mudar esse quadro depende muito mais de cada motorista, do que de poder público e suas iniciativas em prol de um trânsito mais gentil.


A atitude de uma pessoa no trânsito revela seu nível de civilidade e é uma indicação sobre o modo como age em sua vida cotidiana, no trato com o outro.


Há pessoas que não hesitam em fazer conversões proibidas, alguns que enfiam seus carros na frente de outro, as que cortam os outros pela direita, motoristas ansiosos que não sabem esperar sua vez de ter vez... A pressa, a falta de atenção, o egoísmo – e a soma disso tudo: a imprudência – têm sido responsáveis por uma enorme quantidade de acidentes – alguns com vítimas fatais – que poderiam ter sido evitados se, em lugar da pressa, houvesse paciência, se, ao invés de egoísmo, houvesse generosidade, e se as pessoas se focassem mais na direção e não ficassem pensando nos destinos aos quais se dirigem ou em outras coisas que povoam a mente de muitos motoristas pelas nossas ruas.

Embora as leis que regem o trânsito sejam claras, o que vemos em nossas ruas são pessoas que delas zombam, como se as leis não fossem feitas para todos, mas apenas para alguns e nunca para elas.

Todos os dias, em qualquer grande cidade, pode-se ver carros estacionados em locais proibidos, atrapalhando o fluxo do trânsito, carros parados em saídas de garagem, estacionados sobre a calçada, outros solenemente deixados no meio das curvas, alguns fechando uma via de trânsito sem qualquer cerimônia e, a pior delas, ocupando a vaga destinada aos deficientes físicos. Há muita gente que age assim, como se fosse a única pessoa no mundo que precisasse estacionar seu carro, gente que pensa que qualquer espaço no mundo pode ser seu.

Essas pessoas só pensam em sua própria conveniência e ignoram, por completo, a existência do outro, não fazem a mais pálida ideia do que seja coletividade. São egoístas, preguiçosas – porque só querem estacionar bem pertinho, de preferência na porta do local para onde vão – e, muito provavelmente, são coniventes com os pequenos deslizes que sustentam a corrupção.

Mesmo com nossas crianças recebendo noções de educação para o trânsito desde os primeiros anos escolares, é comum pais e mães atrapalhando o trânsito por terem parado seus carros em fila dupla, na hora de buscar seus filhos... O que pensa um pai ou uma mãe que estaciona seu carro de forma
inadequada? Ela não percebe que está dando maus exemplos para seus filhos?

Comportar-se de modo gentil e generoso no trânsito não é deixar que o outro faça o quer, mas, sim, lembrar-se que, na coletividade, o outro é tão importante quanto eu. É verdade que há carros demais nas ruas e, muitas vezes, há mais veículos para serem estacionados do que vagas disponíveis para abrigá-los. Além do mais, o transporte público deixa muito a desejar em qualidade, segurança, acessibilidade, preço da passagem. Isso tudo deixa os motoristas sem muitas escolhas, mas nada disso justifica o comportamento quase selvagem de alguns maus motoristas que transformam o trânsito numa verdadeira selva, onde impera a lei do mais forte.

A imprudência no trânsito, além de ser uma demonstração de falta de amor por si próprio é o reflexo do descaso com a vida do outros. Não é à toa, a justiça tem sido severa com motoristas embriagados. Igualmente perigosos são os motoristas que dirigem falando em seus celulares, aqueles que entram em vias preferenciais em alta velocidade, os que desprezam as faixas destinadas aos pedestres ou os que avançam o sinal vermelho, como se nada fosse acontecer. Além de demonstrarem descaso com suas próprias vidas, essas pessoas ainda aceitam o risco de matar alguém.

A verdade é que um trânsito menos agressivo e mais gentil depende de cada um de nós. É uma questão de educação e de cidadania. Se cada um, individualmente, fizer a sua parte, já terá feito muito para melhorar o mundo ao redor. É hora de dirigir com amor à vida...
Marcia Godoy

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