Artigo do Deputado Kelps Lima |
Li a notícia de domingo do Novo Jornal, do jornalista Cassiano Arruda, e lembrei do tempo em que, quando secretário de Mobilidade Urbana de Natal, lutei pela implantação do Via Livre.
Confesso que foi uma batalha muito árdua, no início, pôr o Via Livre para funcionar. Embora um projeto barato que beneficiava a maioria, houve uma minoria ruidosa e poderosa que tentou, de todas as maneiras que lhe foi possível, evitar a implantação do projeto.
Pois bem. A notícia do Novo Jornal mostra que Natal perdeu mais de R$ 100 milhões com os engarrafamentos somente em 2013.
Eu acho esse um dado terrível para a economia da cidade. E, como se trata da capital, farol do desenvolvimento do Estado, o prejuízo deve ser debitado também para a região inteira, pois Natal é economicamente dependente/influente de São Gonçalo, Parnamirim, Macaíba, Extremoz e Ceará Mirim.
O Via Livre liberava as principais vias da capital para o fluxo do trânsito, proibindo que o espaço público fosse utilizado como garagem privada por alguns motoristas. Em suma, tirava-se 100, 120 carros de um trecho conflitado e liberava-se o trânsito para o fluxo de 10 mil ou mais veículos.
Além disso, as ruas do Via Livre ganharam benfeitorias e deixaram o trânsito nos trechos menos caóticos.
Hoje, lendo a notícia do Novo Jornal, e sabendo do tamanho do prejuízo que os engarrafamentos causam à cidade, venho a lamentar que o projeto tenha sido abandonado pela atual gestão municipal de trânsito. Pois, uma coisa que aprendi no tempo em que fui secretário, é que, muitas vezes, implantar custa muito mais caro do que manter. Principalmente quando se trata de uma mudança no modelo de comportamento das pessoas. As reações e rejeições estão atreladas à cultura enraizada e dizer a elas que terão que readaptar suas rotinas é mexer num vespeiro.
Meu lamento é que a gestão atual recebeu o projeto pronto do ponto de vista cultural. A rejeição mais ferrenha já tinha sido aplainada. Bastava robustecer a fiscalização, divulgar que o Via Livre continuava valendo e ganhar esse fôlego a mais no trânsito tão problemático da cidade.
Mas, como o projeto foi abandonado, começar tudo de novo será envidar esforços numa luta que já tinha sido vencida é que, por inércia na atitude de ocupar o campo de batalha, foi devolvida ao inimigo.
Que pena!
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