A criança e a educação para o trânsito

Paulo Ricardo Meira


A cada volta às aulas, quase três milhões de estudantes de todas as idades retornam aos bancos escolares. Boa parte deles, entretanto, crianças, merecedoras de uma atenção especiais pelas mudanças que ocorrem nesse período, após a calmaria das ruas pelas férias.


Nesse novo ambiente, há algumas coisas que pais e professores deveriam aprender. E ensinar. O risco de acidentes de trânsito aumenta na faixa dos oito aos nove anos de idade. Nesta fase a compreensão das crianças é diferente da dos adultos e os estudantes começam a sair das escolas sozinhas. Eles não têm a perfeita noção de quando podem ou não atravessar a rua, o que pode causar o acidente.

Uma criança não é capaz de avaliar corretamente dimensões como o tempo, distância e velocidade. Seu campo visual é estreito. Vê somente o que está diante dela, e confunde tamanho e distância. Por ser baixa, a criança não vê o que está acima dos automóveis estacionados, não sendo também vista pelos motoristas. Os dados foram identificados em pesquisas do Prof. Reinier Rozestraten,.

A criança tem que ter muito cuidado ao atravessar no meio de carros estacionados. Além disso, ela vê por contrastes: precisa de 4 segundos para distinguir se um carro está em movimento ou parado. Por causa do tamanho, um carro menor de passeio lhe parece mais longe que um caminhão.

Ao conversar com as crianças sobre trânsito, entenda que, para elas, vida e morte são uma coisa só, elas não crêem na morte. Para uma criança, vida e morte são brincadeiras e por isso ela não teme a morte. É melhor dizer que vai se machucar muito e que vai doer bastante, em caso de um acidente.

A rua é para ela um lugar de brincar. O automóvel “parece gente” e, a passagem de pedestre, um lugar seguro. A criança pensa que nada pode lhe acontecer, principalmente perto dos pais, das babás, dos amigos, de sua casa ou da escola.

A criança sempre imita os adultos: se eles atravessam a rua, ela também acredita que pode. E se duas crianças estão juntas, de mãos dadas, ignoram o perigo.

Uma criança sempre procura satisfazer suas próprias necessidades. Por exemplo, chegar aos pais ou aos amigos que estão do outro lado da rua. Segure sempre firmemente a mão da criança, ao atravessar uma rua, pois caso contrário ela poderá soltar-se e ficar indecisa ou assustada no meio da pista.

Aguarde a vez de atravessar a rua sem descer da calçada. Ensine que a rua não é lugar apropriado para brincadeiras. Insista que lugar de pedestre é na calçada, longe do meio-fio. Pequenos toques podem ser uma lição de vida para nossas crianças .

1 Comentários

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  1. Excelente artigo! Parabéns ao nobre colunista, tanto pelo conteúdo, quanto pela forma didática e fluida com que o mesmo é apresentado.

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