O Sindicato dos Condutores de Ambulância do Rio Grande do Norte (Sindconam-RN) anunciou a possibilidade de uma greve geral a partir da próxima sexta-feira (23), caso não haja avanços em negociações com as empresas JMT e Clarear, contratadas pela Prefeitura de Natal para a prestação de serviços no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), Transporte Sanitário e Programa de Acessibilidade Especial Porta a Porta (PRAE).
Segundo o presidente do sindicato, Wilian Peixoto, 36 condutores de ambulância receberam aviso prévio de demissão no último dia 16 de maio. Entre os demitidos, estão cinco diretores sindicais. O sindicato considera as demissões uma possível forma de represália pela atuação da entidade na defesa de direitos trabalhistas na Justiça. “Trinta e sete pais de família receberam aviso de demissão, e cinco desses eram diretores do sindicato. Qual o motivo dessas demissões? A gente só vê um motivo: represália”, afirmou Peixoto.
A entidade afirma que entrou com ação judicial contra as empresas contratadas pelo município, denunciando irregularidades como atrasos no pagamento de salários, vale-alimentação e no depósito do FGTS. O sindicato também relata a suspensão, em alguns meses, do plano de saúde dos trabalhadores. “Quando vamos às empresas JMT e Clarear, o poder público alega que já repassou o pagamento para as empresas, e as empresas não repassam para os trabalhadores”, disse o presidente do sindicato.
Em assembleia realizada na última segunda-feira (19), a categoria decidiu conceder um prazo de 72 horas para que as empresas ou o poder público estabeleçam diálogo e busquem uma solução para os casos de demissão e para os atrasos de direitos. “Se até amanhã (22), até meia-noite, não sentarmos numa mesa de negociações, quando for na sexta-feira (23) a gente vai parar no estado todo”, declarou Peixoto.
Em nota pública, o Sindconam-RN repudiou o que classificou como “demissões arbitrárias” e “retaliações veladas” contra os trabalhadores, afirmando que a medida atinge diretamente não apenas os profissionais, mas também a representatividade sindical. “Essas demissões configuram não apenas um ataque direto aos trabalhadores, mas também uma tentativa de enfraquecer a organização sindical e intimidar aqueles que lutam por direitos garantidos por lei”, diz o texto.
Nota JMT Service/ Clarear
Procurada pela reportagem, a JMT Service enviou nota em que afirma que os desligamentos ocorreram em razão do encerramento do contrato com o serviço público municipal. Segundo a empresa, “diante da não renovação contratual, não é possível manter colaboradores vinculados sem a existência de contrato vigente, que viabilize a continuidade das atividades”.
Ainda na nota, a JMT lamenta a situação, mas afirma que a emissão dos avisos seguiu “os trâmites legais e contratuais”. A empresa também declarou manter o compromisso com a transparência e o respeito aos profissionais, assegurando que todas as medidas estão sendo tomadas conforme a legislação trabalhista.
Grupo JMT é um grupo empresarial com diversas empresas, sendo a JMT Service e a Clarear Serviços duas das principais empresas do grupo. A JMT Service é uma empresa de terceirização de mão de obra, e a Clarear Serviços é uma empresa de mão de obra terceirizada que também oferece serviços de limpeza e conservação.
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