Vacina de RNA desenvolvida pela Fiocruz mostra alta eficácia em testes laboratoriais


A vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), utilizando tecnologia de RNA mensageiro, apresentou resultados promissores nos testes realizados em animais. Segundo a instituição, a eficácia observada é semelhante à das vacinas de mRNA já disponíveis no mercado, como as da Pfizer e Moderna.

O imunizante está sendo desenvolvido no Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), onde já foram produzidos três lotes de controle e dois lotes da vacina. Esses lotes estão sendo utilizados nos estudos toxicológicos finais, que devem ser concluídos até julho. Nenhum evento adverso grave foi registrado até o momento, e não houve mortalidade entre os animais testados.

A Fiocruz realiza análises microscópicas nos tecidos e órgãos dos animais para verificar a segurança do composto. Após a conclusão desta etapa, o instituto solicitará autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar os testes clínicos em humanos. A expectativa é que a fase 1 comece ainda em 2025, com novas fases a serem realizadas antes da solicitação de registro definitivo.

A vacina utiliza uma nanopartícula lipídica como veículo para o RNA mensageiro, que carrega a informação genética do vírus causador da covid-19. Esse RNA induz o sistema imunológico a produzir uma resposta de defesa, treinando o organismo para combater o vírus real.

O desenvolvimento da vacina integra a implantação da primeira área de produção com boas práticas de fabricação de RNA da América Latina, instalada em Bio-Manguinhos. O objetivo é garantir autonomia nacional na produção de imunizantes, reduzindo a dependência do Brasil de fabricantes estrangeiros.

Além da covid-19, a plataforma de RNA está sendo estudada para aplicação em outras doenças. Projetos já estão em andamento para o desenvolvimento de vacinas contra a leishmaniose, o vírus sincicial respiratório (VSR), a febre amarela e a tuberculose. Em alguns desses casos, a tecnologia pode oferecer maior proteção ou possibilitar a imunização de grupos que hoje apresentam contraindicação às vacinas tradicionais.

A expectativa da Fiocruz é que, com o domínio dessa tecnologia, o país amplie sua capacidade de resposta a surtos e epidemias, e avance também na pesquisa de terapias para doenças como câncer e enfermidades genéticas raras.


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