UERN inaugura novo espaço para apresentações artísticas na zona Norte de Natal

A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) inaugura, nesta quarta-feira (25), às 19h, no Complexo Cultural da UERN em Natal, a Sala de Artes Gevaldo Cruz. O novo espaço é uma sala multifuncional, destinada a aulas, ensaios, apresentações cênicas e outras ações formativas e artísticas.

Voltada prioritariamente às atividades institucionais e aos grupos vinculados ou parceiros da UERN, a sala também poderá ser utilizada por meio de parcerias, como a firmada com a Fagulha Produções, que integra a organização da iniciativa.

Com estrutura técnica profissional, o espaço conta com sistema de som e iluminação cênica, climatização, arquibancadas adaptadas com capacidade para até 150 pessoas e infraestrutura adequada para receber espetáculos de diferentes linguagens e estéticas teatrais. A proposta é oferecer ao público apresentações gratuitas ou a preços populares, ampliando o acesso à produção cultural na zona Norte da capital.

A diretora da Uern Natal, professora Patrícia Moreira, destacou o impacto simbólico e institucional da entrega. “É mais do que a inauguração de um espaço físico. É a materialização de um vínculo com a comunidade, com os artistas e com a cultura local. A Sala Gevaldo Cruz é um espaço que a Uern disponibiliza para a cidade, especialmente para a zona Norte. Representa o compromisso de uma universidade que forma, promove e transforma por meio da arte”, afirmou.

“A Sala Gevaldo Cruz representa um marco para a democratização do acesso à arte na zona Norte de Natal, uma região historicamente marcada pela ausência de equipamentos culturais e pelo acesso desigual a atividades artísticas. O novo espaço reforça o compromisso da UERN, por meio da EdUCA/PROEX (Escola de Extensão da UERN), de descentralizar e interiorizar a produção cultural, valorizando artistas locais, formando novos públicos e promovendo ações que estimulem o pertencimento e a transformação social por meio da arte”, reforçou a professora Irene van den Berg, diretora da EdUCA.

A conquista da sala foi possível graças ao empenho do Grupo de Teatro Baobá, que, em parceria com a Fagulha Produções, submeteu projetos às leis de incentivo da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) e da Lei Paulo Gustavo, através de editais da Prefeitura do Natal e do Governo do Estado do RN. Com os recursos obtidos, a sala foi sendo equipada aos poucos, tornando-se a sede do grupo e um importante polo cultural da região.

“Essa inauguração simboliza a realização de um sonho coletivo, construído com esforço, afeto e resistência. Para nós, do Grupo de Teatro Baobá, e para todos que atuam na Zona Norte de Natal, é um marco histórico ter uma sala equipada, acessível e viva, onde a arte possa florescer, formar, emocionar e transformar. Ter contribuído para a construção desse sonho foi algo profundamente especial. A cada novo projeto aprovado, tínhamos a certeza de que estávamos mais perto de torná-lo realidade. Essa conquista reafirma que os territórios periféricos também são espaços de potência criativa. Que a Sala Gevaldo Cruz seja um pólo democrático de criação e encontro, especialmente para todos os fazedores de cultura da nossa zona Norte”, comemorou Denilson David, coordenador artístico do Grupo de Teatro Baobá, da Uern, e diretor da Fagulha Produções.

Programação de inauguração

A cerimônia de inauguração da Sala de Artes vai contar com apresentações culturais dos grupos Vidarts de Dança Popular, Baobá de Teatro e Cinese de Dança Contemporânea. Na ocasião, também será lançada a programação da OBA – Mostra de Teatro, em celebração aos sete anos do Grupo Baobá, além da nova temporada do espetáculo Me Chame Pelo Meu Nome, do Grupo Cinese.

Quem foi Gevaldo Cruz

A escolha de homenagear o professor Gevaldo Cruz reconhece sua atuação decisiva como artista e mobilizador social na implantação do Complexo Cultural da UERN. Dançarino, coreógrafo e professor, Gevaldo foi um dos idealizadores da oferta de dança popular no espaço, promovendo o diálogo entre os saberes da comunidade e os da universidade.

Com irreverência e sensibilidade, transformou vidas, especialmente de mulheres adultas e idosas, por meio da arte. Criador do Grupo de Dança Vidarts, também foi responsável por espetáculos, festivais e pela circulação de grupos formados a partir de suas turmas. Foi aluno da UERN, tendo concluído a graduação em Ciências da Religião em 2016. Em sua monografia, refletiu sobre preconceitos e religiosidade na dança a partir da criação dos espetáculos Afro-Brasil e Clareou.