Haddad diz que Brasil pode não fechar acordo com os EUA antes de tarifas de Trump entrarem em vigor


Medida dos EUA pode afetar exportações de café, aço, petróleo e aviões da Embraer.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira (21) que o Brasil pode não conseguir fechar um acordo com os Estados Unidos antes do prazo final para evitar as tarifas de 50% anunciadas pelo presidente americano Donald Trump.

As tarifas estão programadas para entrar em vigor no dia 1º de agosto e atingem produtos como petróleo, aço, café, suco de laranja e aeronaves, setores em que o Brasil tem forte presença no mercado americano.

"Isso pode acontecer", afirmou Haddad em entrevista à rádio CBN, ao ser questionado sobre a possibilidade de as tarifas entrarem em vigor. “Mas o Brasil não vai desistir. Continuamos esperando uma resposta de Washington para as propostas comerciais que enviamos em maio.”

Trump anunciou as tarifas no começo de julho, alegando que o governo Lula estaria perseguindo politicamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu em processo por tentativa de golpe, e que o Brasil adota práticas comerciais desleais.

Segundo Haddad, o governo já tem planos de contingência para redirecionar parte das exportações que hoje vão para os EUA, caso as tarifas sejam implementadas.

Nós podemos redirecionar mais da metade para outros mercados, mas isso leva tempo”, explicou o ministro.

Um dos setores mais preocupados é o da aviação. A Embraer, por exemplo, tem os Estados Unidos como seu principal mercado e pode ser fortemente impactada.

Mesmo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometendo “retribuir na mesma moeda”, Haddad adotou um tom mais cauteloso nesta segunda. Segundo ele, o Brasil não pretende retaliar empresas americanas que atuam no país.

Não podemos retribuir na mesma moeda algo que consideramos injusto”, afirmou. Ele também disse que o governo pode adotar medidas de apoio a setores mais prejudicados, mas sem aumentar os gastos públicos.

Mesmo com o impasse, Haddad afirmou que o Brasil segue disposto a negociar até o último momento. “Esperamos que o prazo de 1º de agosto possa ser prorrogado”, disse.



Redação Via Certa/ Ana Bezerra

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